Era sábado chuvoso e ela não tinha muita coisa pra fazer. Já tinha cansado de esperar o telefone tocar, dormira todo o sono possível, não agüentava mais navegar pela Internet, então resolveu ver “O fabuloso destino de Amélie Poulain” pela enésima vez.
Foi através desse filme que ela percebeu o quanto as coisas simples da vida são importantes. Assim como Amélie, para ela enfiar a mão num saco de grãos, tirar cola seca dos dedos e jogar pedras no lago faziam parte da seleção dos pequenos prazeres da vida que a ajudavam a enganar a solidão.
Quando via o filme outras vezes ela só atentava para os prazeres de Amélie, só que ela nunca tinha feito a sua relação de prazeres minúsculos da vida:
Cheiro de chuva, tirar um pedaço de carne entre os dentes, sentir um vento quente numa tarde de verão, ler na praia, cheiro de grama cortada, comer arroz fresquinho direto da panela com colher, tomar banho de chuva, sonhar que está voando, andar descalça, dançar sem música, mastigar gelo, reparar num belo sorriso, receber cafuné, dormir no ônibus, dirigir sem trânsito, ver um casal de velhinhos, molhar o pão com manteiga no café com leite, aquela pessoa ligar, andar pelada pela sala, reparar que o carro está suado.
Cada um tem sua relação de pequenos prazeres da vida, você já fez a sua?
3 comentários:
Eu já fiz a minha faz um tempo... vou postar tb...
Adorei "perceber que o carro está suado"
beijos
Concordo com a Jan! Reparar que o carro está suado foi a melhor! hahahahaha... Até porque esse pequeno prazer se interliga a grandes prazeres! =)
Jogar bola na chuva, jogar Super Mario a tarde toda, dormir no sofá vendo Tv e conversa de bar, entram fácil também numa lista minha.
Muito bom o texto!;)
Meniiiina...
Êscrevi uma crônica parecida com essa!
Vou postá-la.
Pequenos prazeres não são pequenos, linda! Eles são os grandes!!!
bjos
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