quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Meus palhaços

Lendo um dos blogs aqui selecionados, o Homem é tudo palhaço, me deparo com o Dicionário Palhaço e reparo no quanto os palhaços que apareceram e até hoje aparecem na minha vida podem ser classificados nos sábios verbetes.

Fico mais impressionada ainda com o fato de que um único palhaço pode pertencer a várias definições e como esses tipos de palhaço são decorrentes na minha vidinha pacata - acho que eu não aprendo!

Não vou citar nomes, pois sou uma menina educada, mas que dá vontade dá...

Palhaço Eleitoral - Esse só promete! "Vamos casar...", "Vamos ter filhos..." Não preciso dizer que tudo fica somente na promessa. Geralmente eles fogem na hora que o bicho pega.

Palhaço Glenn Close - Tipo perigoso. Depois que você termina com ele, o bruto transforma sua vida num inferno. Faz ameaças, liga pra sua casa de cinco em cinco minutos, tem crises de ciúme...

Palhaço Mestre-Cuca - Sua arte é te cozinhar... ele te deixa em banho-maria, coloca molho, refoga, assa, frita, mas comer que é bom... nada!

Palhaço Milhagem - É um aprendiz de palhaço. Apaixonado, dedicado, mas sempre palhaço. Afinal, homem que é homem é palhaço. Ele acha que relacionamento é como programa de milhagem: para cada dia de bom comportamento, recebe um vale-palhaçada. São bonzinhos, portanto merecem crédito.

Palhaço de Monte Cristo - Ele faz a palhaçada, deixa aquele rastro inacreditável e some. Dias, semanas, meses e até anos depois, reaparece. Às vezes com um novo visual, outras gabando-se por estar "disponível" mais uma vez. Na linha: "ó... se quiser, o bonitão tá aqui...". A volta dos que não foram perde, né? Mais um tipinho sem classificação.

Palhaço Pinóquio - Esse palhaço, por razões que desconhecemos, não pode mentir. Ou não consegue. Ele é suuuuper sincero, suuuuper verdadeiro a níveis que beiram a joselitice. Algo na linha: "olha, eu fiquei com você, você é legal, mas eu tenho que ir pra casa porque tenho uma filha pequena". Sem comentários!

Palhaço Pique Esconde – Ele marca de sair com você e... não aparece! Ele te liga chamando para almoçar e... não aparece! E é claro, sempre desliga o telefone depois do sumiço. Aí ele conta até 100, mil ou cinco mil e como você – óbvio – não o encontra, ele surge, com a maior cara de pau do mundo dizendo “ih... esqueci”.

Palhaço PSDB - Tal e qual o partido, ele está sempre em cima do muro... não sabe se quer, não sabe se não quer, quando quer diz que não, quando não quer diz que sim... não sabe se casa ou se compra uma bicicleta... resumindo: um chato.

Palhaço Repetitivo - Esse é o famoso "tira o som e deixa só a imagem". Quanto mais tempo calado melhor. Tem a péssima mania de cantar mulheres com a mesma cantada e ainda pior, mulheres que se conhecem. Além de repetitivo é burro.

Palhaço Sexo Oral - Promete que vai te comer em pé, deitada e de quatro, narra orgasmos incríveis, diz ser um amante sensacional mas tudo fica por isso mesmo. Muito papo e nada de coito. É uma variação do Palhaço Eleitoral.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Será que uma plástica no cérebro resolveria?

Ângela Bismarchi faz mistério sobre cirurgia plástica nos olhos - ela fez operação para orientalizar os olhos

Depois de 42 cirurgias plásticas que incluem as “básicas” lipoaspirações e silicones, passando pelas esquisitices de furo no queixo e agora a bizarrice de orientalização dos olhos, o que será que Ângela Bismarchi falta fazer? Uma plástica no cérebro?

Logo ela, que se diz modelo e nem beleza tem, pois sua beleza é uma beleza comprada em 42 parcelas... quer dizer, comprada nada, porque quem fez todas as cirurgias dela foram seus maridos. Aliás, ela já matou o primeiro, o cirurgião Otto Bismarchi, agora casou com outro doido que quer usar esse fantoche de mesa cirúrgica como vitrine de suas experiências mirabolantes.

Cada dia que passa a modelo mais parece um Frankestein de tanto remendo nos olhos, bochechas, peitos, bundas e pernas. Não há parte do corpo dela que não seja mexido de alguma forma.

O mais engraçado é que ela só aparece em carnavais; a festa nacional que se orgulha de mostrar a beleza brasileira. E desde quando isso é exemplo de beleza? Uma mulher montada que não reflete a exuberância feminina carnavalesca, que depende de cirurgias plásticas e uma micro tanga purpurinada para estar na mídia que ainda dá espaço para seres desse naipe.

Onde essa mulher vai parar? Será que no meio de tantas intervenções cirúrgicas ninguém reparou que ela precisa de uma intervenção psiquiátrica urgente? Ou será que ela vai recorrer a uma plástica no cérebro pra ver se dá jeito naquilo que ela já nasceu sem?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

A cena perfeita para a mulher quase feita

Ela era mulher quase feita, estava nos seus 20 poucos anos, seus desejos e algumas aspirações eram fruto de muitos filmes e literaturas bem groselhas vistos nos tempos ociosos da adolescência.

Dentre os mil filmes vistos na solidão da puberdade, um marcou sua vida. Não tinha nenhuma coisa de excepcional, era mais uma película de tema adolescente, daqueles bem açucarados, que pega uma crônica de Shakespeare e a molda para uma linguagem hollywoodiana.

Porém continha uma cena que a tocou. Em seus devaneios românticos ela sonhava com tal prova de amor. Que mulher nunca desejou isso?: o mocinho bad-boy, gatinho, com seus olhinhos pequenos e sorriso sincero, ultrapassando a barreira do ridículo e sendo ele mesmo, cantando uma música só para você com todo mundo vendo e ouvindo.



Até hoje esta mulher em formação ainda deseja que alguém faça isso por ela, nem precisa ser a mesma música, nem subornar o maestro da banda, nem fugir de policiais, o que ela quer mesmo é ser querida por um homem realmente especial.

* Já imaginava escrever este texto há um tempo, mas a morte de Heath Ledger, ator que deu vida a esta cena, me fez publicar este texto também como homenagem.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

No bar e o Mon Bijou

Estávamos conversando sobre assuntos diversos e de repente, não mais do que de repente, como qualquer bate-papo feminino numa mesa de bar, o assunto "homem" é colocado em pauta.

A opinão é unâmine: ele é! Mesmo não tendo nada de muito excepcional: moreno de olhos castanhos comunzinhos, mas mesmo assim ele é. Ele é no simples sentido de ser e isto basta para nós, mulheres loucas e ávidas por um dia chamá-lo de Mon Bijou...

domingo, 20 de janeiro de 2008

A relação dos pequenos prazeres

Era sábado chuvoso e ela não tinha muita coisa pra fazer. Já tinha cansado de esperar o telefone tocar, dormira todo o sono possível, não agüentava mais navegar pela Internet, então resolveu ver “O fabuloso destino de Amélie Poulain” pela enésima vez.

Foi através desse filme que ela percebeu o quanto as coisas simples da vida são importantes. Assim como Amélie, para ela enfiar a mão num saco de grãos, tirar cola seca dos dedos e jogar pedras no lago faziam parte da seleção dos pequenos prazeres da vida que a ajudavam a enganar a solidão.

Quando via o filme outras vezes ela só atentava para os prazeres de Amélie, só que ela nunca tinha feito a sua relação de prazeres minúsculos da vida:

Cheiro de chuva, tirar um pedaço de carne entre os dentes, sentir um vento quente numa tarde de verão, ler na praia, cheiro de grama cortada, comer arroz fresquinho direto da panela com colher, tomar banho de chuva, sonhar que está voando, andar descalça, dançar sem música, mastigar gelo, reparar num belo sorriso, receber cafuné, dormir no ônibus, dirigir sem trânsito, ver um casal de velhinhos, molhar o pão com manteiga no café com leite, aquela pessoa ligar, andar pelada pela sala, reparar que o carro está suado.

Cada um tem sua relação de pequenos prazeres da vida, você já fez a sua?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Síntese em trechos

Síntese de um momento em trechos escolhidos:

"Viver tá me deixando louca
Não sei mais do que sou capaz
Gritando pra não ficar rouca
Em guerra lutando por paz
Muito pra mim é tão pouco
E pouco eu não quero mais"
Muito Pouco - Maria Rita

"Porque eu sou feita pro amor
Da cabeça aos pés
E não faço outra coisa
Do que me doar
Se causei alguma dor
Não foi por querer
Nunca tive a intenção
De machucar..."
Rosas - Ana Carolina

"Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções, como as paixões e as palavras...

Me veja nos seus olhos, na minha cara lavada
Me venha sem saber se sou fogo ou se sou água...

Amor, meu grande amor
Me chegue assim bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir o que não sente...

Que tudo o que ofereço é, meu calor, meu endereço
A vida do teu filho desde o fim, até o começo...

Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser que seja de qualquer maneira...

Enquanto me tiver
Que eu seja o último e o primeiro
E quando eu te encontrar
Meu grande amor, por favor, me reconheça..."
Amor, meu grande amor - Barão Vermelho

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A fábula do potro

Ela era uma amazona cansada de montar em burros xucros. Chegou a prometer e a proferir aos sete ventos que só cavalgaria em puros-sangues, mas não deu outra: ela caiu e quebrou a cara, mais uma vez.

Não importava a raça, ela nunca dava sorte: burros xucros eram ignorantes demais e ela não tinha mais paciência com isso; puros-sangues eram muito afetados e exigiam coisas que ela achava dispensável; e os potros eram muito novos e ela sempre teve medo de passeios com eles.

Chegou a dizer que nunca mais montaria num cavalo potro, pois seu último animal desta raça a tinha abandonado no meio do descampado.

Mas ela pagou sua língua pouco tempo depois, pois um potro chamou sua atenção.

Ela se aproximou como quem não quisesse nada - já estava calejada de tantas decepções – e o potro a convidou para um passeio.

Foi tudo no seu tempo exato; logo nos primeiros metros foi constatada a harmonia, e no final a certeza da sintonia entre os dois.

Agora, nesta cavalgada, ela está com medo de cair e quebrar a cara de novo. “Mas é muito bom estar com este potro...”, pensa.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Faço minhas estas palavras

Já questionei a edição deste ano do BBB e no meio de tantas asneiras publicadas pelos sites direcionados à televisão encontrei alguma crítica interessante sobre este tema, que aborda todas as questões que me fiz durante esta primeira semana de exibição do programa.

"Big Brother" é uma coisa gay - de Sérgio Ripardo, editor de Ilustrada da Folha Online, publicado no dia 12 de janeiro

O gay do "Big Brother" precisa ser eliminado o mais rápido possível. Ele se apresenta como psiquiatra. Mas a Associação Brasileira de Psiquiatria já disse que ele não obteve ainda esse título. Ele paquera uma mulher da casa e culpa a "coitada" por confundir as bolas. O personagem enrustido e dissimulado ainda aproveita para estreitar intimidades com os homens desavisados da casa, em banhos coletivos, troca de sabonete, xampu, todos só de sunguinha, com toques nos corpos, engatando papo machão, como falar sobre a loira e a morena do "Tchan" (argh!).

Assim o programa cria uma piada tensa: qual será a reação dos outros após descobrirem que Marcelo é gay? Homofobia, aceitação verdadeira ou tolerância fingida? Claro: é bem possível que toda essa trama seja combinada antes com o diretor do programa. É só reparar nas atuações artificiais e nos diálogos muito redondinhos. Nunca uma armação foi tão mal encenada no horário nobre da TV.

A "coitadinha" do drama gay é Gyselle, que se mostra encantada com o urso ("Você não é gordinho. Você é fofinho", derrete-se). Mas ela não é boba nem ingênua como aparenta. Já participou do reality show francês "Île de La Tentation". Sua função era azarar homens comprometidos, roubar cobertor de orelha das amigas. Até imagino a ordem: "Dá em cima da biba e do emo que eu te arranjo uma vaga em novela."

A edição da Globo aposta no poder de atrair audiência com o gay enrustido e diferente do velho estereótipo da bichinha pintosa ou da maricona com voz de miado de gato. Para o público feminino, o chamariz é a questão: quantas mulheres não se apaixonaram por um homem que era, na verdade, gay?!

Neste sábado, só dava Marcelo no pay-per-view. Ele tomou banho com o simpatizante Luiz Felipe, que já declarou a intenção de posar nu em ereção para a "G", molhou-se também com Rafael, o Alemão bom moço versão cearense, e continua entediando todos com suas experiências na residência de medicina.

Sem mulheres deslumbrantes para ativar o onanismo eletrônico dos rapazes héteros, resta ao "Big Brother" focar nesses draminhas de sexualidade. Na vida real, admitir ver esse programa significa cada vez mais confessar uma falha de escolaridade, passar recibo de fútil, solitário, imaturo, "low class". Nunca deu status para ninguém acompanhar esse programa. Só queima o filme. Fuja de gente viciada nisso. É só perguntar o que melhorou na sua vida em 2007 com o "BBB 7".

Com um homossexual na posição de protagonista, os homens héteros mais conservadores também ficam na dúvida sobre continuar ou não vendo o programa e rejeitam o clima de "Sodoma e Gomorra". Em comentários postados na web, os machões reclamam que as mulheres "têm cara de prostituta de calçada".

Nos blogs gays, o assunto deve dominar como uma praga devido aos apelos carnais. Alguns participantes tentam usar seu corpo como foco de atenção, como Marcos que só anda com os pêlos pubianos à mostra. Já o joguinho psicológico do "psiquiatra sem registro" corre o risco de criar um vilão gay, alguém que faz qualquer coisa para ganhar R$ 1 milhão e ser o novo Jean Wyllys. Vai acabar ganhando um quadro no humorístico "Zorra Total". Olha a faca!!!

domingo, 13 de janeiro de 2008

Manias e (des)controle

Sou uma pessoa que tem várias manias e uma delas é de ter o controle das coisas, saber o que vai acontecer desde o momento que eu saio de casa. Porém nem sempre sou a detentora de tudo que acontece na minha vida. Ainda bem!

O descontrole começou da incerteza se iria sair ou não à noite, mas no final acabei rumando para o centro da cidade para uma simples conversa, despretenciosa, nada mais. Sorte que estava enganada!

Temas amenos e cotidianos são regados à cerveja, os corpos ficam ébrios e bocas acabam se encontrando. O inevitável aconteceu!

E não me arrependo de ter perdido o controle de tudo! Antes, durante, depois e depois, quem sabe?!

Traição inusitada

Infelizmente já sofri muitas traições e de diversos tipos: de amigas, de namorados, da minha própria consciência, mas traição como a última, nunca!

Namorei uma pessoa especial durante mais de um ano (se não fosse especial, não namoraria com ela) e o relacionamento acabou por vários motivos que foram desde o desgaste até a negligência, porém o pior de tudo é descobrir que você foi traída. E tomei conhecimento desta traição após alguns meses do namoro acabado.

Podem falar o que quiserem, mas a função de namorada de músico não é das mais agradáveis. É legal ter o seu nome na guitarra do cara, entrar e beber de graça nos barzinhos que ele toca, conquistar novas amizades (que foram os melhores frutos que colhi no último ano), mas é horrível ter que lidar com pseudo-fãs, horários malucos de ensaios e não poder viajar porque em tal final de semana a banda terá show.

E quando você alia um relacionamento em crise com um namorado-músico indiferente, a coisa tinha que desandar e o rapaz acabou pisando feio na bola.

O namoro já ia de mal à pior fazia um tempo, tínhamos terminado algumas vezes, voltamos, mas nada dava jeito. Eu estava impaciente com o rumo que as coisas estavam tomando e cansada de só eu estar preocupada com o relacionamento, depois de mais um ato de negligência dele, decidi terminar aquilo de uma vez por todas, e dessa vez sem volta!

Liguei pra ele no sábado de manhã dizendo que iria a casa dele pra gente conversar, ele disse que não estaria em casa, pois tinha que ensaiar mais cedo. Na hora questionei:

- Mas o ensaio de vocês é só à tarde! O que você vai fazer lá mais cedo?
- Temos que resolver uns assuntos da banda antes de ensaiar pra valer.

Não sei por que mais aquela explicação não me convenceu. De noite ele me ligou, ignorando o fato de eu querer “discutir a relação” e me intimando para ir a casa dele. Abalada com aquela atitude, acabamos discutindo e o namoro terminou por telefone mesmo.

Mas isso não era nada! Como disse, descobri a traição no meio de uma conversa com uma amiga depois de algum tempo já descomprometida, porém ainda magoada.

Depois de narrar para ela toda a discussão por telefone, a negligência e a falta de carinho do cara, que poderia muito bem esperar um pouco antes de ir para o ensaio e resolver suas pendências musicais, ela dispara:

- Sábado de manhã? Assuntos da banda? Sabe que assuntos eram esses? Antes de ensaiar naquele dia, os meninos ficaram empinando pipa!

Revolta! Indignação! O cara preferiu empinar pipa a ficar comigo? Quantos anos ele tem? Nove?! Pensei que aquele namoro valia alguma coisa pra ele, mas não! Vale menos que algumas folhas de seda, coladas em varetas amarradas com linha. Nunca pensei que uma coisa tão valiosa fosse trocada por outra tão barata.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Uniforme perfeito

Preciso falar alguma coisa? A foto fala por si só. É o uniforme perfeito para este atleta que dispensa comentários - quem me conhece sabe...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Nova edição, a mesma novidade

Marcelo abre o jogo e revela que é gay

Definitivamente esse BBB8 é uma mistura de tudo que já aconteceu nas edições anteriores.

Agora temos um discípulo de Jean Willys, o psiquiatra Marcelo que assumiu sua homossexualidade, atitude louvável e corajosa da parte dele, pois afirmar sua opção num país preconceituoso em rede nacional não deve ser nada fácil.

Mas a questão é: Será que por isso o médico ganhará o grande prêmio? Será que alguma coisa de diferente acontecerá nesta edição que mais parece um remake dos melhores momentos e participantes mais lembrados do reality show?

A notícia que mudará o mundo

"Erika Mader elege botinhas militares como hit para inverno - Atriz circulou em desfile com modelos da nova coleção: 'Adoro verde musgo"

Essa notícia também não vai mudar o mundo que você vive e a roupa que você usa? Quando a primeira massa polar chegar eu vou juntar meus trocadinhos e comprar uma botinha militar e só usar verde musgo porque a Erika Mader adora esta cor.

Fala sério! Quem é Erika Mader? Não passa de uma atriz sem nenhuma expressão, que só tem um sobrenome famoso. Aliás, acho que ser "sem expressão" é herança de família.

Que mundo da moda insano é esse que nos impõe usar coturno e verde musgo? Entraremos em guerra e eu não participei de nenhum motim? Vai todo mundo virar militar e eu ainda não me alistei?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O que estou fazendo aqui?

Diego fará tratamento no CCT do São Paulo durante férias
O meio-campista Diego, do Werder Bremen, iniciou nesta segunda-feira um tratamento no Reffis, centro de recuperação física do São Paulo localizado no CCT da Barra Funda. Diego manterá a forma física no atual campeão brasileiro até se reapresentar ao seu time para a seqüência do Campeonato Alemão. O Werder Bremen só volta a atuar pela competição nacional no dia 2 de fevereiro, quando enfrenta o Bochum. O time é o vice-líder do Alemão, atrás apenas do Bayern de Munique. (Matéria publicada no site diego10 no dia 7 de janeiro de 2008)

O que estou fazendo aqui? Hein? Hein? Por que eu também não estou de férias? Por que eu não estou na Barra Funda sendo tiete? Eu te pergunto, pois não sei a resposta.

Será que só agora perceberam isso?

"Big Brother" embriaga participantes para produzir beijos, tombos e vexames

Entra ano sai ano e desde 2001 a TV brasileira é tomada por essa febre que é pior que epidemia.

E toda edição é a mesma coisa: complôs, grupinhos, namoricos, intrigas, a Rede Globo enchendo seu cofrinho de dinheiro e a nossa paciência em ver sempre pessoas sem muito conteúdo tomar conta do horário nobre.

Será que nunca repararam que embriagar os "ingênuos" participantes é a principal tática da emissora dos Marinho?

Desde a primeira edição vemos isso. É dando bebidas alcoólicas para os palhaços do circo do BBB que o programa tem o que ele precisa pra fazer sucesso: brigas, beijos e vexames, ou seja, tudo que a população gosta!

Vale lembrar algumas pérolas: Manuela vomitando dentro de uma abóbora, Sabrina beijando Dhomini, discussões entre Leka e Adriano, brigas entre Diego Alemão e Aílton, tudo isso em festinhas temáticas.

Nessa edição de 2008, que mal começou, logo na primeira festa já temos uma moça bêbada, vários tombos e um começo de relacionamento. Então, o Big Brother chegou ao seu objetivo logo no segundo dia de programa? Sim!!!

Todo o ano é a mesma coisa, só mudam os palhaços, por que o circo é o mesmo e o público não enjoa de ver o mesmo espetáculo de horror.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

O último fora do ano

Estava na praia para me preparar para mais uma passagem de ano. Como já é hábito, rumo para o litoral no dia seguinte ao natal e fico sozinha até chegar alguém para me fazer companhia. Esses momentos de solidão me fazem bem, pois revejo o ano que passou e planejo o ano que está por vir.

Num dado momento, na solidão do apartamento, decido pegar alguns trocados e andar pela praia. No meio da minha caminhada abordo um vendedor de coco e tomo a água olhando para o mar com o sol se pondo. Termino meu momento de contemplação da natureza e prossigo meu passeio.

Não demorou muito e percebi que estava sendo seguida por um ser que parecia meio perdido. Ladrão? Pernas pra que te quero, meus últimos reais ficaram com o cara do coco.

- Posso te conhecer?, fala o carinha
- Não!
- Mas eu andei quase a praia toda atrás de você...
- Andou à toa!
- Nossa! Você gosta de humilhar os homens?
- Não, apenas sou sincera com eles!

Passos em silêncio, ele insiste:

- Você tem namorado?
- Tenho! (com a convicção da convincente mentirosa)

Outros passos mudos. Vendo que aquela investida não teria futuro ele se despede com um tímido “falou”. Acenei com um adeus de miss, continuei meu momento de balanço anual e deixei meus pensamentos fluírem junto com a brisa da praia, deixando o moço falando com o vento.

A nudez do oportunismo

Navegava eu pela Internet e me deparo com a seguinte manchete: “Playboy com ex de Richarlyson nas bancas”, e um questionamento passa a martelar na minha cabeça: E daí? Quem é essa?

Em poucos momentos minhas indagações vão além disso e passo a refletir sobre a questão do nu feminino nas revistas e quem são aqueles que decidem qual é a gostosa da vez.

Não quero aqui levantar nenhuma bandeira feminista ou algo do gênero, muito menos questionar a beleza da moça, quero simplesmente pensar sobre o que vem acontecendo de uns anos pra cá no mercado editorial do nu (dito) artístico no Brasil.

Lembro que antes as edições da revista Playboy eram artigos de colecionador, com mulheres que habitavam o imaginário masculino e a admiração de muitas mulheres. Expoentes da beleza nacional, como Maitê Proença, Betty Faria, Sônia Braga, Luiza Brunet, Vera Fisher, entre algumas, estampavam as capas da revista com seus corpos nada siliconados e sem nenhum retoque de photoshop, mostrando realmente a beleza bonita de ser vista e admirada por metade da nação, e o que vemos agora? Ex- participantes de BBB, atrizes nada representativas à dramaturgia nacional, dançarinas ora de máscara, ora sem, segurando o tchan ou não, namoradas de pseudo-famosos e até jornalista ex-amante de senador; aquelas que sempre indagamos: "Famosas quem?"

Agora pergunto: O que mudou? E eu mesma respondo: O oportunismo é a palavra do novo século.

O que vemos agora nas capas de revistas de mulher pelada são moças que enxergaram no ato de ficar despida na frente de uma câmera uma chance de fazer seu pezinho de meia.

Não as estou condenando por isso, pelo contrário. Elas tiveram seus 15 minutos de fama e foram inteligentes a tal ponto de ver que a oportunidade de encher suas burras de dinheiro era aquela, e em pouco tempo voltaram a serem meras anônimas, como se nada tivesse acontecido, mas com a conta-corrente bem recheada.

Não podemos nos esquecer dos seres mais oportunistas dessa cadeia: os editores. Sempre espertos, eles perceberam a volúpia volátil do homem brasileiro e se aproveitaram disso pra vender suas revistas, quase sempre, sem conteúdo.

Estiramento Muscular ou Morda o Cotovelo

Esta já é clássica. Escrita por e inspirada em Mariana Vidal e Manoella Jubilato

Estiramento muscular ou Morda o cotovelo

Quem não valoriza o que tem e depois se arrepende: morda o cotovelo!
Quem não sabe aproveitar o tempo certo das coisas: morda o cotovelo!
Quem perde tempo se preocupando com a vida dos outros: morda o cotovelo!

Porque nós, mulheres lindas, inteligentes e bem resolvidas, só gastamos nosso tempo sendo felizes!
(portanto, nossos estiramentos musculares vêm de outras atividades...)

A tiete que reflete

Muitos sabem que sou verdadeira amante do futebol. Vou ao estádio, torço ferozmente pelo meu time do coração, acompanho a maioria dos campeonatos e, como toda boa brasileira, tenho um interesse especial pela seleção brasileira. E para minha felicidade, a seleção jogaria na minha cidade na última semana.

Assim que soube da presença da (discutível) elite do futebol brasileiro armei todo um esquema para acompanhá-la: ir ao estádio, assistir aos treinos, tudo – conforme manda o figurino. Porém minhas tentativas neste aspecto foram em vão.

No dia da venda dos ingressos para o jogo, rumei para a bilheteria com certa antecedência para conseguir as entradas, só que para minha surpresa e raiva, tudo acabou em poucas horas e algumas pessoas na minha frente.

Só conseguiria entrar no estádio comprando o ingresso de algum cambista que praticasse juros exorbitantes, bem acima do meu cheque especial ou cartão de crédito. Confesso que minha vontade era de trombar com tal “contraventor”, enchê-lo de pancada e pegar todos os ingressos dele – Perdeu, playboy! Você é um fanfarrão! Pede pra sair!

Conformada com a minha não ida ao jogo, restava me contentar com o treino que seria aberto ao público no estádio. Pensando que seria como o jogo ocorrido em outra cidade: comprei um quilo de alimento não perecível e rumei para o dito local.

Uma verdadeira muvuca estava armada na frente do estádio: carros de emissoras de tv, polícia e vários torcedores, como eu, munidos de seu feijão, açúcar e arroz. Porém demos com a cara no portão!

Diante daquela confusão, não sabia o que fazer, então circundei o estádio e vi um dos acessos aberto – era por onde a rede de lanchonetes que atende o local entregava seus quitutes no momento do início do treino. Não pensei duas vezes, adentrei ao recinto, me acomodei na arquibancada e por ali fiquei por menos de quinze minutos.

Por uma exigência ridícula de alguém que não sei quem aquele treino de reconhecimento do campo não poderia ser visto pela massa de não-jornalistas que me seguiram e entraram no estádio, e por isso a polícia enxotou os torcedores da arquibancada, inclusive eu.

- Deixe o recinto, moça!
- Mas por quê? Eu quero ver o treino!
- O treino não é aberto. É proibido ficar aqui hoje! Como você entrou?
- Ué, pelo portão! Onde mais? Ou você acha que sou mulher de ficar pulando portão, seu policial? – E fui embora dali a passos fortes.

Porém nem tudo foi perdido na minha investida de torcedora fanática. Em todas estas investidas tive a companhia de um amigo meu, que ficou algumas horas na fila de ingressos e invadiu o estádio para assistir ao treino comigo - ele também é amante de futebol, se não fosse, não teria acatado minha brilhante e maluca idéia de ver a seleção no hotel - e foi isso que salvou o dia!

Combinamos ir ao hotel ver a seleção antes de partir para o treino de reconhecimento do campo; só dessa forma veríamos os jogadores de algum jeito.

Chegando ao hotel deparei com aquele circo de jornalistas esportivos, complementado por uma dupla de comediantes, uma ex-modelo repórter de programa de fofocas e várias adolescentes alucinadas, insanas e com gogós bem potentes. Pensei: Putz, e agora? - Depois de tantas tentativas frustradas, a única coisa que eu queria era ver a única celebridade merecedora da minha admiração.

Não é ator, autor, cantor, um artista qualquer, mas sim um artista da bola. Embora meio esquecido pela imprensa e no banco de reservas da seleção desde a Copa América; nutro por ele uma admiração incondicional. Não chega a ser uma tietagem, pois não sou do tipo de pessoa que grita por qualquer um, mas um desejo de querer conhecer a pessoa, conversar, saber como ela é fora do ambiente que envolve as quatro linhas do campo.

Depois da entrada naquele espetáculo montado a céu aberto na frente do hotel, passei a reparar no que estava ao redor: o ônibus da seleção à direita e um mini-campo de golfe à esquerda, que pouco chamou minha atenção. Porém o amigo que me acompanhava reparou numa coisa que não havia reparado naquele campinho: quem jogava, e me chamou:

- Dá só uma olhada!, e apontou
- Tá zuando! – Sim! Era ele!

Na hora não sei que turbilhão de emoções tomou conta do meu corpo. Não sabia o que fazer a não ser olhar meu admirado e pensar: Por favor, seja um cara estúpido bem escroto, para eu parar com essa admiração, contrárias às minhas concepções que negam qualquer forma de tietagem. Acho isso tão ridículo!

Mas para saber se o cara era um estúpido escroto tinha que me aproximar dele. Cheguei a um câmera que filmava o meio-campista reserva e o goleiro titular jogando golfe, e perguntei:

- Será que eles se incomodam de eu pedir para tirar uma foto com eles?
- O máximo que você pode ouvir é um não.

Na hora meu amigo interfere:

- Vai lá! Tenho certeza que você nunca receberá um não.

Entreguei minha alma a Deus, a máquina fotográfica para meu amigo, respirei fundo e caminhei em direção ao jogador. Quando estava na metade do trajeto, o jogador olha na minha direção; vendo que aquela era a minha deixa, disparei:

- Por favor, você pode tirar uma foto comigo?

Ele abre um largo e lindo sorriso e diz: Claro! - Poxa! Não estava nos meus planos ele ser simpático e receptivo. Mal sabia eu que tudo que arquitetara desabaria em poucos segundos.

Ao nos aproximarmos me apresentei e o cumprimentei como é de praxe em terras paulistanas: um encosto de rostos; só que ele me ofereceu a outra face e eu estalei um beijo na sua bochecha esquerda, sentindo que sua barba nem espeta e marcando sua face com meu batom. Por instinto natural, sublimo a mancha colorida feita pela minha boca com os dedos e reparo no quanto este gesto é carregado de carinho e afetividade.

É hora da foto, faço um malabarismo corporal para ficar mais baixa que ele e ele circunda minha cintura com seu braço. Faço o mesmo: encosto minha mão em suas costas, mas reparo que minha mão não obedecia e tremia de forma incontrolável. Atentando para isso afasto-a para que ele não perceba minha falta de controle corporal.


Nos despedimos e me afasto. É neste momento que percebo que em situações de emoção extrema não tenho algum controle do meu corpo: começo a pular, a dançar, a sorrir e sinto meu coração disparar. Reação equiparada naqueles primeiros beijos de paixão adolescente.

O goleiro titular pede para que eu saia da direção da bola de golfe a ser lançada, pois a mesma poderia me machucar. Pensei: pode jogar o que você quiser não tô sentindo meu corpo mesmo... E saí do mini-campo.

De longe, observo aquele jogador que tanto me fascina, e reflito: “ele tem tudo que eu gosto num homem e é tudo que eu não quero pra mim: ele é mais baixo que eu, mais novo que eu, mas em compensação, tem um sorriso lindo, os olhinhos pequenos, covinha no rosto, uma pele gostosa, um corpo bem torneado, um carisma absurdo, além de aparentar ter aquela pegada!”

Confesso que a idéia de dar meu telefone pra ele passou pela minha cabeça, mas já era tarde – também, de tanto refletir... – ele tinha rumado para dentro do hotel e seguiria para seu treino de reconhecimento.

Até tentei uma outra aproximação na ida ou na volta do famigerado treino, mas não consegui entregar o papelzinho com meus números rabiscados. Isso ficará para uma outra oportunidade. Porém tenho consciência de que este novo encontro não será a mesma coisa, afinal de contas, os momentos sublimes e verdadeiramente inesquecíveis só acontecem uma vez!

A desculpa do tatu

Sei que quando bebo faço coisas que possam vir a me arrepender depois, mas desta vez isto não aconteceu: bebi demais, fiz besteira, mas não me arrependo.

Faz um tempo que estou com um affaire com um rapaz, que de início parecia um cara bacana, comprometido com as coisas e comigo. Só que não sei o que aconteceu que de repente, ele sumiu.

Já estava acostumada com seus foras, seus bolos e suas desculpas esfarrapadas. Até engoli a vez que nos encontramos certa véspera de feriado e combinamos de viajar no final de semana seguinte para aproveitarmos a praia com mais calma, sem a muvuca da alta temporada.

Na ocasião, ele ficou de me ligar durante a semana para acertamos todos os detalhes da nossa viagenzinha romantiquinha. A semana passou e nada do dito moço ligar. Poxa! Mulher precisa providenciar uma série de coisas, como depilação, biquínis, malas, etc. Não é que nem homem que basta enfiar na mochila carcomida do colegial qualquer cueca rasgada ou bermuda manchada de cândida, que já está pronto para aproveitar o mar.

Ele só me ligou na sexta-feira, dia do passeio combinado, falando que poderíamos nos ver. Na hora percebi que aproveitar o sol litorâneo não aconteceria nos dias seguintes. Pra completar, o cara me deu outro bolo e eu fiquei comendo pipoca e chupando o dedo em casa durante o final de semana.

Desde este dia prometi pra mim que nunca mais procuraria esse ser humano enrolado e que estava me enrolando há tanto tempo.

Mas acontece que quando a gente bebe umas coisinhas alcoólicas a mais a gente acaba esquecendo as promessas que nos fizemos no passado, e eu acabei ligando pra ele de novo.

No alto da minha bebedeira, eu tinha consciência que corria o risco de não ser atendida, mas quando eu menos esperava e quando já quase desistia, o cara atendeu o bendito celular.

- Oi, gata, como você está?
- Eu estou bem! E você? - falando daquele jeito típico bem mole, com pouco controle dos músculos da boca.
- Estou aqui na USP Lost, tive aula até agora – já era tarde da noite.
- Ahn tá...
- Meu, você não sabe... acho que não vou conseguir chegar cedo em casa.
- Porque? Seu carro quebrou?
- Não! Tem um tatu debaixo do meu carro.
- Como é que é? - o baque foi tão grande que parte da sobriedade voltou para o meu corpo, e continuei:
- Você acha que eu vou acreditar nessa história de tatu? Deixa de ser idiota e achar que eu sempre vou acreditar nas suas desculpas! Essa foi demais! – e desliguei o celular, indignada.

Poucas horas depois passei mal. Não sei se foi por causa da cerveja, ou do amendoim, ou da calabresa, mas acho, sinceramente, que o culpado de tudo foi o tatu, o inofensivo animal rastejante, que estava entalado na minha garganta e que tinha que ser colocado pra fora, junto com o canalha que queria salvá-lo. Ambos saíram da minha vida descarga abaixo.

Tá em família, tá em casa

A maioria das garotas, salvo algumas exceções, já tiveram algum sonho com um primo, nem que seja nos remotos e românticos tempos de adolescência. Pode ser aquele familiar distante que pouco vê nos raros encontros da parentada. E comigo não foi diferente.

Desde pequenina tinha uma quedinha por um primo meu, mas aqueles primos que você diz tudo menos que é seu parente; completamente diferente fisicamente, onde os laços familiares estão apenas nos sentimentos e na consideração, por que na genética não temos nada a ver: loiro, olhos claros, altura mediana e sempre “fortinho”- pra ser simpática e não dizer “gordinho” - nada a ver comigo!

Porém sou uma das poucas e felizes primas que realizaram o sonho infantil. Eu e meu primo tivemos um “caso familiar” que durou, entre encontros, idas e vindas, uns dois anos. Fiquei com o meu primo a primeira vez num dia de Natal - quer coisa mais família que essa?

Depois de um almoço familiar natalino, todos os primos da minha geração rumaram pra um barzinho, fui junto, e comemoramos o nascimento do menino Jesus de forma pouco ortodoxa, jogando bilhar e enchendo a cara. Meu querido primo tinha que me deixar em casa (estava de carona) e acabamos ficando juntos na porta da minha residência.

Já estava feliz com a minha conquista, mas nosso caso acabou tomando proporções inimagináveis: nos enrolamos durante anos! Nos encontrávamos de forma esporádica, sem compromisso nenhum, uma coisa saudável e gostosa de se sentir. Íamos tomar cerveja juntos, conheci seus amigos de balada e de faculdade. Gostávamos da companhia um do outro e isso nos fazia bem, pelo menos pra mim... eu acho!

Durante o tempo que ficamos juntos passamos por muitas coisas engraçadas, desde coisas amenas, como me banhar de cerveja num boteco da Paulista, ou atentar contra a saúde das nossas queridas tias-avós.

Digamos que não éramos muito discretos na nossa relação e nosso caso foi parar nos ouvidos nada surdos dos mais velhos da família. E a coisa passou bem de ouvido; um disse pro outro que disse pra um, e tomei conhecimento que toda família sabia pelas palavras da minha mãe:

- Filha, sua família toda já sabe de você e do seu primo.
- Como ficaram sabendo?
- Disso eu não sei! Só sei que uma das tias-avós chegou pra mim, no meio da missa de sétimo dia da irmã dela, e disse que sua bisavó deve estar se revirando no túmulo por vocês estarem juntos.

Como sabia que meu caso com meu primo não teria tanto futuro, nem liguei. Não era inconseqüência, era comodismo mesmo, confesso!

Continuamos nos encontrando, ficando e bebendo juntos. Fomos até a um aniversário de um primo nosso e quando a irmã dele - minha prima também - nos viu e falou: “Vocês perderam a vergonha na cara mesmo!”, e todos gargalharam daquela situação inusitada pelo moralismo familiar. Afinal de contas, até hoje não temos vergonha na cara!

Porém tudo que é legal acaba enjoando ou acaba simplesmente. E foi isso que aconteceu: acabou! Também, depois do que meu primo me fez passar...

Certa noite meu primo me liga:

- E aí, prima? Vamos sair? Tô te pegando na sua casa daqui a pouco.

Rumamos para um posto de gasolina para encontrar os amigos dele, lá as conversas foram regadas a vodca com energético, menos eu, que fiquei na água mesmo. Tinha acabado de sair de uma crise de sinusite e estava dopada de tanta amoxilina, e qualquer mistura alcoólica faria com que eu não respondesse por mim.

Depois de algumas horas de conversas animadas, eu era a única pessoa capaz de responder por mim ou por qualquer outro ser humano na face da Terra. Meu primo-amante já estava até meio deformado de tanto beber. Confesso que fiquei com medo daquela cara medonha e agradeci a Deus de saber o caminho de casa. Pois o teria que fazer isso sozinha.

Lá pelas tantas da madrugada me vi obrigada a carregar meu primo nos braços -tarefa difícil dado o peso e físico avantajado do meu querido parente. Consegui enfiar meu primo no carro dele – outro problema: como dirigir aquele carro? Aquilo lá não era um carro; era um caminhão perto do meu humilde carro mil!

Algum ser divino me guiou até minha casa, mas ao chegar, o que fazer? Deixar meu ficante dormindo no carro no meio da rua? Mas poxa, ele é meu primo? É da família! Não pode!

Respirei fundo recolhi as poucas forças que ainda tinha – grande parte dela tinha ido embora ao carregar meu primo do posto até o carro – e o levei até meu apartamento. Joguei aquela massa gorda e bêbada na minha cama e fui deitar na cama da minha mãe; sorte que ela estava viajando! Porém não consegui dormir, pois o moço deu bastante trabalho. O sol já raiava e meu primo vomitava.

Já era de tarde quando ele acordou, sem lembrar de nada. Viva a amnésia alcoólica!; pena que eu lembro de tudo!

Tive que arrumar os rastros deixados por ele: banheiro imundo, lençóis com cheiro etílico e uma imagem arranhada em proporções profundas. No dia seguinte ele me ligou pedindo desculpas de coisas que ele nem se lembrava! Sorte a dele que é da família. Se fosse qualquer outro Zé-Mané, não queria ver nem pintado de ouro fazendo polichinelo pelado na minha frente! Mas é aquela coisa: tá em família, tá em casa!

O Homem de Neardertal está entre nós

Podem dizer o que quiserem, mas garanto que a maioria das pessoas criadas por vó são super educadas; eu não sou uma exceção. Porém a educação dada pela minha querida avó tem suas peculiaridades. Ela me ensinou a ser comportada, educada, simpática, mas quando pisam no calo, jogue as boas maneiras pra longe e seja estúpida, grossa, só que sempre com elegância.

Tive que usar desses ensinamentos quando aceitei a proposta de ajudar um fotógrafo conhecido de uma amiga minha a incrementar seu portfólio.

Combinamos que faríamos as fotos num sábado de manhã e que ele iria me buscar no meu sagrado lar às 7 da manhã.

Como teria um compromisso “profissional” cedinho, recusei convites na sexta-feira, porém o mesmo não aconteceu com o dito fotógrafo. Ele chegou na hora marcada - até aí beleza – virado da balada, cheirando a fumaça e exalando uma moderada quantidade de álcool – nada legal isso! Que exemplo de profissional!

O dia nem tinha começado e eu já estava de saco cheio, isso porque não sabia o que estava por vir. Poxa! Eu deixei de sair pra fazer um trabalho e a recíproca não acontece?

Pedi ajuda pro aspirante a fotógrafo com as roupas que usaríamos no ensaio e ele entra na minha casa berrando, como se meu lar doce lar fosse a balada podre de onde vinha. O descanso da minha mãe, que dormia o sono dos justos e trabalhadores pagadores de impostos, foi interrompido e minha educação já tinha ido pras cucuias.

Porém minha paciência daquele dia acabou definitivamente ao conhecer um dos amiguinhos do aspirante a Mário Testino. Era um legítimo exemplar do homem de Neandertal, bombado e anencéfalo. Na hora reforcei minha teoria de que você conhece um homem realmente a partir dos amigos que ele tem.

Entrei no carro do homem das cavernas, que vinha da balada junto com o fotógrafo e que nos daria uma carona até o estúdio onde faríamos as fotos. Como uma aluna exemplar das aulas de etiqueta social, dei bom dia para o ser humano com idade mental inferior a 4 anos, e percebi que ele tinha passado dez vezes na fila dos “sem-noção”.

O curto percurso percorrido foi suficiente para eu relembrar os ensinamentos da minha saudosa avó: “Te falou algo desagradável, retruque com estupidez e classe!”.

- Nossa, como você é cheirosa! Melhor que esses marmanjos aqui do lado.
- Melhor assim do que com cheiro de balada e de bebida.
- O fotógrafo tinha razão. Você é bem bonita!
- Valeu.
- E uma mulher bonita assim não tem namorado?
- Não!
- E porque não?
- Sei lá, pergunta pros meus ex-namorados.
- Esses caras são uns idiotas de terem deixado você escapar. Mulher bonita não pode ficar sem namorado!
- E desde quando uma mulher é peixe pra escapar e só é feliz se tem namorado?

Ao ver que o clima não estava dos mais amistosos, o fotógrafo tentou desconversar:

- CD legal esse seu. Onde você arranjou?, perguntando para o motorista sem-noção,
- Uma mina que eu pegava gravou pra mim.

Indignada com o emprego de tal verbo para se referir a uma garota, retruquei:

- Mulher não se pega, se conquista!
- Ué, mas eu peguei ela umas duas vezes.
- Não importa quantas vezes você beijou a menina!
- Então é como? Catei? Comi?

Meu sentimento de indignação chegava ao seu nível máximo e nem respondi. Meu silêncio e minha cara amarrada pelo retrovisor eram evidências de que desaprovava a conduta primitiva, machista e retrógrada daquele descendente não evoluído do chimpanzé.

Pra minha felicidade, chegamos ao nosso destino, e infelicidade, tive que me despedir do chauffeur devorador de bananas. Ele dispara:

- Queria tanto te ver novamente...
- Vai ficar na vontade!
- Por quê?
- De exemplares diretos dos macacos não-evoluídos como você eu prefiro distância! E virei as costas.

As fotos foram feitas, o resultado ficou satisfatório, mas o que tirei de mais produtivo daquela manhã fatídica foi a certeza de que alguns homens têm salvação, mas outros não; esses não foram beneficiados com as mutações evolutivas positivas para o bom relacionamento com o sexo feminino.

O Bolo e o gringo

É o que diz a musiquinha: “Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite”. É o que eu esperava do meu último sábado. Um carinha tudo de bom tinha me ligado na quarta-feira anterior combinando um encontro na noite do sábado, depois das 22 horas, quando o trabalho dele em um evento num shopping já teria acabado.

Pensei: beleza, umas 22h30 ele me liga. Até dar esse horário eu faço a unha, hidrato o cabelo, tomo um banho de diva pra estar à altura daquele belo exemplar de homem...

Mas estava enganada! Deu 23 horas e nada do cretino me ligar.A essa altura minha mãe já estava falando um monte:

- Acorda, menina, esse cara tem namorada!- Não tem não, mãe. Ele só é enrolado.- Ele está é te enrolando, isso sim!

Resolvi ligar pro cara. Afinal de contas tinha sido convidada pra outros dois programas, o show de uma banda de amigos meus e o aniversário da irmã de uma grande amiga minha numa casa de samba, e não ia deixar meu sábado passar em branco.

Liguei a primeira vez, caixa postal, a segunda, chama e ninguém me atende. Ahn, filho da mãe, agora você vai me atender nem que eu tenha que te ligar a noite inteira pra me dar nem que seja uma desculpa esfarrapada! Tentei a terceira vez, pra minha surpresa, o canalha atendeu:

- E aí, gata, beleza?
- Beleza! A gente vai sair?
- Poxa, meu, tô cansadão! Trabalhei um monte, parece que eu levei uma surra.
- Então a gente não vai sair?
- Ai, nem vai dar...
- Quer saber, vou agitar meu sábado!

E foi o que eu fiz! Não ia ficar o sábado que prometia tanta coisa passar sem eu ter feito nada.

Decidi ir pra casa de samba, um lugar bem bacana, com pessoas legais que iriam me animar depois de levar um bolo homérico.

Me maquiei, botei um salto alto, peguei meu carro e fui; com a cara e a coragem de uma pessoa com nó na garganta de tanto ódio.

Rodei três vezes o quarteirão tentando achar um lugar pra estacionar o carro nas imediações do samba e fiquei mais de uma hora na fila pra entrar. A essa altura nada me faria voltar pra casa antes das 4 da manhã.

Já era domingo quando entrei no bar e encontrei minha amiga. E no percurso da entrada até a mesa onde ela estava eu já tinha ligado meu radar de homens interessantes para paquerar e flertar. E enquanto dançava atentei para um mocinho muito gatinho, bem apessoado, cabelo bem cortado, da minha altura de salto, ideal. Pensei: Gracinha você, hein?

Olhares, e o carinha não repara na minha existência, e nem reparo no sumiço repentino do rapaz. Acompanho minha amiga ao banheiro imundo do local, quando na fila quem eu encontro? O moço perdido! Ahn é agora! Quando ele sai, lanço aquele simples olhar que diz muita coisa e ele retribui meio tímido.

Volto pra pista de dança, danço, me canso, sento e me deparo com a presença do rapaz na minha diagonal. Troca de olhares, sorrisos sem graça, um flerte recíproco – adoro isso!. Ele sai da posição de escorar parede e segue em direção ao bar, mas reparo que ele muda de direção e me convida pra dançar. Uma explosão interna acontece dentro de mim. Poxa, ele não tinha dançado com ninguém! Só deu um passinhos pra lá e pra cá acompanhado de uma garrafa e de um copo de cerveja.

Dancei com o cara. Ele não era nenhum discípulo de Carlinhos de Jesus, mas sabia me levar, não tinha um gingado sensacional, mas me rodava de uma forma envolvente. Quando termina a música, a surpresa:

- Do you speak english?
- Quê?
- Você fala inglês?, com um sotaque bem forte
- I dont´t speak english. I just speak french. – Sou estudante de francês na FFLCH e não falava inglês há pelo menos 6 anos!
- But you speak english very weel. Can you talk with me in English?
- Oui – ops - Ok. I´ll try.

Outra música começou e voltamos a dançar. Ele me roda e eu perco o compasso:

- Excuse me! (Em francês, “desculpe” é “excusez-moi”)
- It´s: “I´m sorry”...

Vi que tinha cometido uma gafe. Minha vontade era de enfiar minha cabeça envergonhada no primeiro buraco que eu visse pela frente, mas me contentei em afundá-la no ombro direito do nova-iorquino.

Pra minha surpresa um beijo rolou, que foi seguidos de vários outros bem gostosos, embalados pelo samba de raiz que tocava no local.

Enquanto dançávamos e ríamos de mais uma gafe lingüística da minha parte (uma estudante de letras, que feio!), ele me abraça, me curva para o lado e me beija; aquelas cenas típicas de filmes românticos, onde o mocinho pega a mocinha nos braços e o beijo apaixonado sela a felicidade dos dois. Sempre sonhei que algum homem me beijasse desse jeito, e até então nunca nenhum tinha feito isso, nem se eu pedisse. E meu sonho foi realizado por um gringo bonito, simpático, carinhoso e gente boa, e eu nem precisei pedir, ele simplesmente o fez! Sensacional! Adorei!

Quando nos demos conta já era tarde, nossos amigos já tinham ido embora, o som tinha acabado e estávamos dançando mesmo sem nenhuma música.

- You like the brazilian music... but isn´t music now.
– Atentei, com meu inglês macarrônico. Ele riu e continuamos a dançar. Pensei: que gringo é esse? Assim eu gamo! O cara gosta de dançar, é mais alto que eu, é formado, é divertido e ainda beija bem?!

O bar estava quase vazio quando fomos para a fila pagar a conta. Não pensei que era tão difícil pra um norte-americano falar a palavra “fila”, mas tudo bem. Rimos da sua dificuldade e saímos do local.

Na rua, passei meu celular. Ele riu do número - que é mesmo bizarro – e pediu o carro dele pro manobrista. Peguei meu carro na rua, dei um calote no flanelinha e estou aguardando o telefonema do gringo até hoje.

Em tão pouco tempo aqui no Brasil o nova-iorquino já sabe qual é a política masculina brasileira de pedir telefone na balada?: “Peça o telefone pra parecer educado!” Mas essa comigo não cola! Não importa a nacionalidade, homem é tudo igual! Se era pra não ligar, por que pediu meu telefone?