sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A polêmica do vestido rosa

Tudo começou com uma garota indo à faculdade num vestido rosa curto, de início não haveria nada demais se não fosse um bando de bárbaros tripudiarem da garota, mas isso foi só o início de uma série de notícias escabrosas que vêm pipocando em tudo que é veículo de comunicação.

O impacto foi grande com a reação de uma trupe de primatas universitários diante de uma minissaia, daí veio a sequência de horror: expulsão, Fantástico, readmissão da garota, medida disciplinar versus medida educativa, mega hair, Super Pop, Playboy e por aí vai (e não duvido nada que em breve lerei algo sobre Brasileirinhas).

Se formos pensar direito tudo iniciou errado. Qual o problema da menina ir de vestido pra faculdade? Mas o que ninguém questionou é: qual era a postura da garota pra zombaram tanto dela? Tenho quase certeza de que ela deu grandes brechas para tal reação, apesar de achar o que aconteceu uma coisa digna de Nehandertals.

E a falta de postura da faculdade? Numa universidade onde o objetivo é o lucro, o limite entre medida disciplinar e educativa é nada coeso e preciso. Sei que esta questão é pouco procedente, mas pra mim é imensamente pertinente: e o MEC nesta história? Está tão atribulado com a pataquada das provas do ENEM e do SAEB que nem se pronunciou sobre o assunto.

O pior é que agora somos obrigados a aguentar notas ridículas sobre a menina, mas mais ridículas são notas daqueles que querem tirar proveito da situação. Ler que o diretor da Playboy quer a estudante na capa por ela ser gostosa e polêmica. Desculpem, mas gostosa? Viva o Photoshop! Polêmica? Sou bem mais a fogueteira ou a jornalista do Renan Calheiros!

Eu só sei de uma coisa: estou cansada dessas notícias e de tudo relacionado a esse maldito vestido rosa. Melhor é que sei que em um futuro não muito distante ninguém mais falará sobre essa tal de Geisy, mas pena que as discussões fundamentadas que isso poderia causar, como a questão do ensino universitário, propagação de universidades particulares de baixa qualidade e a falta de qualidade do que é consumido como notícia também se perderá com o tempo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma análise sobre Belluzo e a paixão pelo futebol

Muito se falou sobre a questão da arbitragem do Carlos Eugenio Simon no jogo do Fluminense contra o Palmeiras, mas muito mais se falou sobre a reação do Belluzo, presidente do Palestra.

Desde o ocorrido, tenho escutado no rádio e nas mesas redondas da TV, várias críticas a este senhor que caiu de para-quedas no mundo dos cartolas, que sempre teve atitudes que deveriam ser copiadas por muitos dos seus colegas.

É só prestar atenção nas frases do Belluzo que reparamos que ele não é um cartola qualquer, além disso, ele é um amante do seu time do coração, e consequentemente do futebol. Muitos esquecem que todos os amantes do futebol são movidos a paixão, por isso, para mim, ele é um dos cartolas que mais deve ser respeitado nesse mundo tão cheio de disse-me-disse.

O Belluzo provou que é um dirigente com sangue nas veias, digno do sobrenome italiano que carrega. Quem nunca teve vontade de dar uns sopapos depois de um erro nítido do juiz? Quem nunca falou coisas a mais e teve que ser homem suficiente pra admitir o que falou no dia anterior? Quem nunca agiu sob influência da paixão pelo seu time?

Foi exatamente isso que o senhor Belluzo fez! Agiu sob paixão. Então antes de, nós, torcedores, julgarmos as palavras do presidente do Palmeiras, dizendo que elas incitaram a violência, que não é atitude de um dirigente de clube, ou coisa parecida, vamos pegar menos pesado com essas reações passionais, da mesma maneira que respeitamos nossos amigos torcedores de outro time em discussões sobre futebol.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Melhorias para mimos são paulinos

A irmã do meu namorado, minha amiga de infância, companheira de jazz, coreografias, piruetas e patins, está grávida e em dois meses serei tia.

Como não tenho irmãos, me contentei em ser tia dos filhos dos meus irmãos do coração, e como tia babona que sou presenteei minha sobrinha com mimos dengosos no chá de bebê realizado no último sábado.

É claro que dentre os itens presenteados estavam souvenirs são paulinos, mas tenho que fazer uma ressalva quanto aos artigos para bebês relacionados a futebol. Não sei por que, mas acho enxoval de bebê futebolístico de extremo mau gosto – e não importa de qual time seja.

Com muito custo, encontrei uma toalha e um segurador de chupeta interessantes e que mereceriam fazer parte do armário da minha sobrinha. Mas fica a dica para estilistas futebolísticos: façam roupinhas de bebês fofinhas! É possível fazer um neném permanecer cândido com fraldas e flanelas sóbrias e customizadas. Assim papais ficam contentes, mamães não ficam tão aborrecidas e titias têm mais opção do que presentear seus objetos de mimo.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Semana Estranha

Queria saber por que sempre a semana que antecede o fim do mês de outubro é nebulosa, sujeita a chuvas isoladas e trovoadas. Seria um prelúdio do halloween ou do dia de finados?

Desde o primeiro dia útil temos céu nublado com garoa fina e chata exatamente na hora que saio do trabalho; isso quando eu saio na hora certa...

Desde a última segunda-feira espero pelo menos 45 minutos pro meu ônibus passar. Isso quando ele passa, por que ontem fiquei esperando quase uma hora e meia por um coletivo que teimava em não circular. Resultado: crise de choro, gastrite aguda e um momentâneo ódio da humanidade.

E pra completar a semana, tenho uma vertigem sem procedência; parecia que eu, mesmo sentada, cairia – perdi meu chão, tonteei e pensei que a terra acabara de tremer na maior escala Richter (é assim que se escreve?).

Mas tenho certeza de que passados os primeiros dias de novembro esta nebulosidade se dissipa e desfrutarei de belos dias de sol e céu de brigadeiro, isso quando não for surpreendida por alguma tempestade, ônibus lotado ou desastre natural.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O elogio "saudável"

Você acha que já ouviu de tudo depois de meio século de vida.

Você criou seus filhos, prosperou, evoluiu pessoal e profissionalmente e acha na nada mais pode tirar suas estruturas.

Mas a vida é uma caixinha de surpresas.

Você sai de uma reunião de ex-colegas de trabalho, onde a pessoa mais jovem da turma é você, e ruma para o supermercado; afinal de contas, acabou sua linhaça que auxilia no controle do colesterol e da hipertensão e o leite de soja para sua vitamina matinal fortificante de ossos.

Enquanto você passeia apressada pelos corredores do supermercado, cruza com dois homens e ouve a seguinte conversa:

- Cara, olha olha olha olha olha olha olha que coroa mais mais mais mais mais...
E o outro rebate:
- Saudável!

O que você faz? Fica lisonjeada por ainda despertar olhares jovens ou indignada com tamanha ousadia de moleques que tinham idade para ser seus filhos (ou até netos)?

O jeito é contar o acontecido para sua filha ao chegar em casa, ela automaticamente cairá na gargalhada, te chamará por um bom tempo de “saudável” e ainda por cima contará este causo em seu blog.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Até tu, Brutus...

As férias quentes do jogador Diego em Ibiza, na Espanha
Se é pra fazer cagada, faça bem feita! Alugue um iate em Ibiza, compartilhe champagne na mesma taça, seja flagrado e perca a namorada de uma vida inteira. Tudo isso por uma cantora alemã, com nome de mãe de salvador do mundo em filme de ficção, adepta do biquini calçolão.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Procura-se um novo palco

Há tempos estou descontente com minha vida profissional. Sinto que ela não tem um rumo definido e não vejo perspectivas de melhorias a curto prazo e para melhorar essa situação sigo procurando uma oportunidade.

Estou cadastrada em todos os sites de emprego gratuitos, faço dinâmicas, testes, avaliações psicotécnicas, concursos. Torço todos os dias para meu celular tocar me convidando para uma nova entrevista ou me dando uma resposta positiva, mas até agora nada – só bato na trave.

Mas estou decidida a mudar meu palco para atuar em coisas que realmente gosto e me dão prazer, então seguirei na onda de concursos de programas de TV, menos Big Brother, que não é muito minha cara. Por isso, quem souber de alguma novidade em concursos e/ou oportunidades de emprego, me comunique!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Alguma coisa está fora da ordem

Estou na USP desde 2003 e nunca acompanhei uma greve de longe, não que eu fosse uma ativista ferrenha nesses anos passados, mas era diretamente afetada – sem aulas, sem acesso à biblioteca, comprometendo todo meu cronograma anual.

Nos primeiros anos de faculdade era bem mais ativa; participava de reuniões e assembleias, expondo minhas opiniões diante das reivindicações. Mas depois de dois anos de vida acadêmica e três paralisações, vi que a coisa era sistemática: todo mês de maio tínhamos um indicativo de greve. Com isso, passei a ser uma expectadora nem sempre militante do movimento grevista.

Só voltei a atuar novamente, dessa vez de forma indireta, na greve de 2007, mesmo não concordando com a invasão do prédio da Reitoria, mas por ver que naquele ano havia uma reivindicação sustentável por parte dos alunos.

Mas agora, neste ano de 2009 a coisa está diferente. Não piso na USP há mais de um ano e é a primeira greve que acompanho exclusivamente através dos meios de comunicação de massa e depois da reportagem feita pelo CQC, apresentada ontem, não pude me furtar de expor minha indignação diante da atual imprensa brasileira.

Cito primeiramente o CQC por achar que o “humorístico-político” da Band iria veicular todos os lados da atividade grevista, fato que, infelizmente, não ocorreu. Se detiveram a um pequeno grupo da FEA que nem mobilizados estavam para exigir o retorno às aulas. Se militassem realmente pela não-greve, estou certa que conseguiriam adesões com o “pessoal de ciências humanas”, como eles chamaram.

Em nenhum momento da reportagem vi um aluno da FFLCH ser entrevistado, aluno este que sofre com a falta de repasse de verbas para a melhoria nas condições de aprendizagem. Enquanto a FEA tem a melhor lanchonete do campus, com pães de queijo a R$ 3, e salas com ar-condicionado de última geração, a FFLCH conheceu ventiladores nas suas salas mais utilizadas apenas em 2005!

Outro meio de comunicação que por preguiça ou falta de tempo escreveu matéria sobre a Greve na USP sem bases fundamentadas foi O Estado de São Paulo. Pensava que por ser um editorial, o assunto seria abordado com vagar e análise, mas mais parecia uma reportagem de jornal marrom, que pouco se importa com a veracidade e com todos os pontos de vista relevantes a este tema.

A imprensa brasileira, que passa por uma das suas maiores crises, com o fim da obrigatoriedade do diploma e com o boom da Internet, onde a informação pipoca a cada momento, deveria se concentrar no jornalismo de qualidade para de destacar dessas enxurradas de informações que estamos suscetíveis e oferecer ao seu público todas as informações necessárias para a formação de uma opinião, não uma opinião já formada.

Eu, como integrante da comunidade uspiana sei o que acontece na universidade e todos os problemas enfrentados por alunos, professores e funcionários, mas e quem crê que a USP é um lugar dos sonhos que só aliens conseguem entrar, o que pode pensar?

terça-feira, 23 de junho de 2009

O porquê do futebol

Essa de me candidatar à musa de futebol me fez repensar o porquê que gosto tanto do esporte bretão – não o motivo pelo qual escolhi meu time do coração, mas por que raios eu deixo de sair aos domingos e durmo tarde nas noites de quarta-feira só para ver um jogo de futebol que nem sempre é do meu time.

Pelo que me lembrava, nunca tive influências que me fizessem gostar de futebol: minha mãe é corinthiana não-praticante e meu pai diz que torce pelo o Santo André (é um torcedor frustrado do Palestra dos anos 60/70!).

Mas dia desses revirei meu baú de recordações infantis e constatei: gosto de futebol por causa do meu avô. Convivi com ele apenas oito anos, mas foram os anos mais mágicos da minha vida. Com ele, aprendi que deficiência física não é motivo para falta de alegria. Adorava seus beijos na testa – até hoje sinto sua barba cerrada na minha fronte. Ele foi o primeiro homem a me chamar de “meu amor”.

Nas tardes de sábado depois de seu banho de sol na calçada e de conversar com o bairro inteiro que cruzava sua frente, eu o levava em sua cadeira de rodas até a frente do seu televisor preto e branco para assistir o seu Santos jogar. Na frente da TV não falávamos nada, apenas víamos umas imagens mal definidas vindas da antena com Bombril e quando o gol acontecia só dávamos um sorriso um para o outro.

Não entendia de futebol, mas já o compreendia como uma maneira de aproximar as pessoas. Hoje, ainda o concebo assim: futebol é uma forma de estar perto daqueles que amo e do meu avô.

terça-feira, 26 de maio de 2009

O Unicórnio: não duvide de uma lenda

Nunca fiz questão de passear de carro, só gostava de passear nas novas motos que meu pai ou meu tio compravam quando eu era criança; gostava de subir naquelas motocicletas enormes e sentir o vento no meu rosto e nos meus cabelos numa simples e ingênua volta no quarteirão. Os anos se passaram e as motos se tornaram um trauma depois da minha primeira aula prática de direção, quando bati num Vectra e caí feito jaca no chão junto com a moto. E carro não passava de um meio de transporte estressante, mas necessário, apesar de adorar pegar uma via calma e sentir que o mundo está em minhas mãos.

Mas a vida é uma caixinha de surpresas... e acabei sendo convidada para um passeio de carro. Não um carro normal, ou conversível, ou de luxo, mas um carro velho!...Tá bom... um carro antigo (predicado dado à revelia).

Trata-se de um Opala 1975, que apelidei de “unicórnio”. Afinal de contas, o carro era uma lenda: nunca o tinha visto andar. E para me provar que o carro não era mais uma lenda e que andava, e muito, o dono dele me convidou para um passeio, que, com certeza, foi uma experiência única.

Entrando no carro, sento naqueles bancos de corrida, super desconfortáveis, que se tornaram mais desconfortáveis depois de ser amarrada àqueles cintos de quatro pontos que mais parecem instrumentos de tortura.

O carro é ligado; um barulho infernal vem junto com um cheiro forte de combustível. Não sei de onde provinha minha dor de cabeça: por motivos olfativos ou auditivos. De repente passo a me sentir dentro de uma batedeira; tremia mais que telha frouxa em dia de ventania quando o acelerador era acionado.

É hora do passeio. Por momentos perguntava pra mim mesma porque fui implicar com aquele carro, era só um motivo pra encher o saco do dono, uma zoação, nada mais... Mas já tinha mexido com a onça, então agora eu tinha que aguentar as consequências, e rumamos para a 23 de maio. Sim! Ele colocou aquele carro pra correr na 23 de maio! Uma das avenidas de maior movimento de São Paulo, inclusive aos domingos. E na primeira oportunidade a potência do carro é exigida e chegamos a mais de 150km/h – isso pelas contas do condutor, já que o carro nem velocímetro tem! Minha reação imediata foi tapar meus olhos com as mãos – se eu morresse não veria nada.

Nunca senti as leis da inércia tão fortes no meu corpo. Percebia meu peito avançar e recuar a cada frenagem ou aceleração. Pensei que Newton e Einstein adotariam novos exemplos para seus postulados se tivessem a mesma experiência que eu e poderiam repetir seus testes, pois as acelerações que sofri seriam necessárias para provar qualquer nova teoria.

A brincadeira, por fim, termina, preciso de ajuda pra me desamarrar daquele monte de cintos e descer do carro. Minhas pernas bambas respondiam à pergunta: Outro passeio?

Isso tudo serviu pra eu nunca mais duvidar de uma lenda e pra ter certeza de que Newton e Einstein deixariam a física se tivessem que passar pelo que eu passei.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Num breve momento de descontração...

Sabem aqueles breves momentos que você tem de descontração no trabalho... Quando você desliga a chavinha das obrigações e navega pela Internet procurando algo interessante que venha a te enriquecer de alguma maneira?

Pois é, ao que tudo indica os sites desses conglomerados afins não prezam pela sua paciência e lançam notas como:

Thyrso reaparece ao lado de morena no Rio

Comentário: Quem é Thyrso?
Resposta: ... bola de feno ...

Carolina Dieckmann revela ser fã de sutiãs de cores berrantes

Comentário: O quê que eu tenho a ver com isso?
Resposta: NADA!!!

O que me importa se um cozinheiro qualquer resolveu xavecar uma mulher na balada? O que me importa se uma atriz sem expressão resolve mostrar o sutiã em público?

Quem escreveu essas notícias que eu quero ter uma conversinha bem séria pra saber se essas notinhas esdrúxulas também importam pra ela?

Aliás, quem foi que se deu ao trabalho de sair de sua casinha aconchegante para apurar essas notícias? Será que não tinha nada melhor pra fazer?

É... acho melhor eu tomar vergonha na cara e encontrar uma coisa melhor a fazer, em vez de me ater a estes sites nos meus momentos de descontração.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Atendendo a pedidos...


Meus queridos, atendendo a pedidos me inscrevi no concurso Musa do Brasileirão 2009. Agora peço a todos que votem em mim para ser Musa do São Paulo... hahaha

Façam campanha santistas, corinthianos, palmeirenses, flamenguistas, vascaínos, gremistas, atleticanos, são paulinos amigos para que eu avance, por isso acessem meu perfil no 8p.

sexta-feira, 27 de março de 2009

O lado engraçado da crise

Prostituta invade apartamento e exige sexo com três homens

Tadinha da mulher... Ô situação! A que ponto a crise chegou que faz com que essa moça exigisse dez dólares dos dignos rapazes, ou a que ponto chegou a crise dessa mulher... Vai entender a que ponto essa crise chegou...

sábado, 21 de março de 2009

A solução para o meu desemprego

Faz dois meses que decidi regressar às estatísticas de desemprego brasileiro e desde então distribuo meu currículo pelo campo internético e me cadastrando em todos os sites de emprego que oferecem este serviço de maneira gratuita (abaixo Catho e Manager, bah!).

São nestes sites que me vem a dúvida mais latente: “Vaga Pretendida”. Como formada em letras tenho um vasto mercado que eu posso me inserir: professora, secretária, tradutora, editora, revisora, pesquisadora e por aí vai… mas vai pra onde?

Nunca dei aula antes e morro de medo dos adolescentes de hoje com seus visuais emo e adoradores de bandas que nunca ouvi falar (nossa, pareço uma senhora de 25 anos falando, daquelas que nunca aproveitou a vida… tsc). Secretária: minha mãe exerceu essa profissão durante toda sua vida e nunca achei que ela fosse plenamente realizada, fora que ser secretária é ser babá de velho, e isso eu não quero! A USP não forma tradutores; posso contar nos dedos as aulas de tive de tradução e creio que se aprendi a fazer isso, foi fora da faculdade, que preza por formar pesquisadores. Ser pesquisadora: tenho um projeto em mente que ocupará meus estudos até minha livre docência, mas eu preciso de um emprego, de dinheiro e de uma ocupação – sobram as duas outras opções: revisora ou editora.

Tenho experiência nesses dois campos, mas o negócio está complicado. Exigências absurdas, salários parcos e muita gente, como eu, sendo número em estatísticas. O que fazer?

Não sei onde eu vi, mas faz muito tempo, só sei que o entrevistado em questão e aspirante a celebridade foi crítico de filme pornô numa situação mais ou menos parecida com a minha: sem ocupação, sem dinheiro e precisando de emprego.

Isso me fez pensar: quer profissão melhor que essa? Você fica o dia inteiro assistindo a uns filminhos mais ou menos em casa, escreve qualquer baboseira, publicam, uma massa de ninfomaníacos lê – porque só ninfomaníacos devem ler esse tipo de coisa - e você ainda ganha por isso, correndo o risco de ser um expert no assunto, já que poucos (muito menos mulheres) têm coragem de assumir que assistem a esse tipo de filme e o pior, ainda escrevem de maneira embasada sobre gemidos forçados, caras e bocas horripilantes, locações bizarras, figurinos grotescos e atuações nada expressivas. Quer saber… está decidido! Serei crítica de filme pornô!

terça-feira, 17 de março de 2009

Crônica de uma goiana

Polícia ouve mulher de homem que roubou avião e caiu em shopping em Goiás - Folha Online 17/03/09

É impressionante como ficamos cegas quando estamos apaixonadas, mas infelizmente toda minha cegueira foi desfeita depois dos acontecimentos da última semana.

Minha vida seguia seu curso: meu apartamento num bairro de classe média, minha família, até a apatia do meu marido estavam normais. Não sei como fui perder o controle de tudo isso, mas eu perdi! Numa briga normal, dessas do cotidiano que todo casal tem, meu marido simplesmente surtou: pegou um extintor de incêndio e me bateu.

Acho que foram os golpes do extintor que me fizeram enxergar novamente e do nada tudo virou de ponta cabeça: aquele companheiro, que eu achava que era perfeito, pegou um avião e se jogou num shopping junto com tudo que eu tinha de mais importante na minha vida: minha filha.

Pena que foi só depois desse acontecimento que fui descobrir com que categoria de homem eu vinha me relacionando ha mais de cinco anos, e o pior: tomei conhecimento de todas essas coisas ao mesmo tempo em que todos os brasileiros. Fiquei sabendo em rede nacional que aquele que eu amava, além de jogar todos os meus sonhos em queda livre, era acusado de estupro. De repente me vi cheia de galos na cabeça, traída por aquele que compartilhava meus dias e privada do amor daquela que mais me importava.

Não consigo deixar de me flagelar por ter sido tão obtusa ao fato de dividir a minha vida com um homem assim. Muitos disseram que eu estava cega, que ele não era homem pra mim, e eu digo todos estão certos, pois eu estava apaixonada. Quem nunca se apaixonou que atire a primeira pedra.

Hoje, depois de sete dias liberta da minha cegueira, com hematomas no corpo e na mente e quase sem estrutura emocional, posso refletir junto com minhas dores físicas e sentimentais que fui uma mulher sem sorte e apaixonada como muitas, que se jogam de cabeça em um relacionamento incerto com um homem nada certo.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Mulher de malandro nunca mais!

Durante algum tempo da minha vida tomei atitudes típicas de mulher de malandro: só me envolvia com homens curva de rio, não me dava muito valor e aceitava qualquer desculpa esfarrapada que me davam. Mas isso mudou! Prometi para mim mesma que tudo isso mudaria e tracei como metas fugir desse tipo de homem e ser bem mais fortes nas minhas decisões.

Só que para isso eu precisava agir. Deixei de ficar com qualquer um que telefone ou que aparece conectado no Messenger, não me iludi mais com promessas simples de contatos futuros. Coloquei na minha cabeça que queria um homem de atitude, que não me deixasse esperando e que demonstrasse algum sentimento, pois cansei de valorizar quem não faz por merecer.

Eu já estava calminha na minha, quando um curva de rio que me conheceu no meu momento mulher de malandro aparece no canto inferior do meu computador:

- E aí?
- Oi. Tudo bem com vc?
- Tudo! (…) Poxa, mó saudade de vc. Precisamos combinar alguma coisa.
- É uma boa ideia. Podemos combinar com o povo que a gente conhece uma reunião.
- Mas eu não quero ver o povo, quero encontrar vc!
- Xiii, tô sentindo que tem alguém carente.
- Carente? Eu? Não tô não! Tô ficando com uma menina.
- Ué… então porque vc não vai encontrar com ela? Não estou aqui para isso não! Tchau!

Para o bonde que eu quero descer! Quando eu decido que as coisas mudaram, chega um mané dizendo que quer me ver e ainda solta que fica com outra? Será que o analista dele ordenou que ele sempre falasse a verdade? Calma lá, querido! Sou legal e cansei de dar mole para qualquer non sense que não dá valor a um sentimento que possa a ser alguma coisa além de uma noite. Mulher de malandro eu deixei de ser e homens curva de rio nunca mais!

UPGRADE: Acabo de receber um torpedo: “Hoje?”. Tal pregunta impertinente ficou sem resposta

terça-feira, 10 de março de 2009

Ode ao Antebraço

Podem perguntar a qualquer mulher – todas elas tem em alguma parte do corpo masculino uma preferência, mas no meu caso é pouco habitual ou usual (rotulem como quiserem), eu gosto mesmo é do antebraço.

Não sei quem pode explicar essa minha adoração pouco comum: Freud, Jung, Lacan ou Lispector, só sei que é pelo antebraço que somos abraçadas, é ele que envolve nosso corpo e nos aproxima do dono daquela parte tão insignificante para tantas, mas que para mim é o atestado de virilidade em um homem.

No meio de tantas mulheres com corpos masculinos nenhuma delas são detentoras de antebraços robustos e torneados, são sempre eles. Elas conseguem abdomens trincados, coxas enrijecidas e até peitorais definidos, mas antebraços nunca! Ainda bem!

Aqueles que me conhecem muito, mas muito bem, sabem dessa admiração que tenho por essa parte do corpo masculino. E posso dizer que a maioria dos homens que participaram da minha historia possuem belos antebraços.

Um homem para ter um belo antebraço não precisa ser necessariamente belo, uma coisa não está atrelada a outra, mas quando as duas andam juntas é bem melhor. Claro!

Revendo meus conceitos, posso dizer o que exijo num homem que eu venha a chamar de meu: que ele não use pochete, muito menos chinelo Rider, que ele tenha superior completo, mais ainda um lindo antebraço.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Eu nunca

Eu nunca brinquei de eu nunca, então vamos lá…
Eu nunca comi jiló
Eu nunca aprendi a jogar xadrez
Eu nunca tive medo de pular de um trampolim
Eu nunca tomei banho de mar pelada
Eu nunca dormi descoberta
Eu nunca suportei a Luciana Gimenez
Eu nunca fiquei mais de uma semana com o mesmo esmalte
Eu nunca explodi uma bomba
Eu nunca esqueci meu aniversário
Eu nunca estive em dois lugares ao mesmo tempo (mas em pensamento sim…)
Eu nunca acreditei que o homem foi à Lua
Eu nunca vi meu pai chorar
Eu nunca estudei mandarim
Eu nunca voei
Eu nunca caí na rua sem pagar mico
Eu nunca desfilei numa escola de samba
Eu nunca perdi a minha esperança
Eu nunca chorei sem motivo
Eu nunca me arrependi do que fiz
Eu nunca contemplei o pôr do sol na companhia de alguém realmente especial
Eu nunca gritei “eu te amo”
Eu nunca fui pedida em namoro
Eu nunca duvidei que fui, sou e serei feliz

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Senhor Whiskas sachê

Tenho um processo que já se arrasta por mais de quatro anos, já esperei tanto meu telefone tocar com a chamada desse cara que cheguei a ficar calejada, marcando outros compromissos, pois sabia que levaria um bolo ou coisa parecida.

Quando iniciávamos um flerte, ele pede meu telefone. Ótimo! Melhor ainda por ter me ligado. Mas depois de pouco tempo ele é tragado pela terra… blá!

Após um longo período, quando apagava uns telefones do meu celular encontro o telefone do carinha e me vem à pergunta: Será que ele ainda está vivo? Ligo! Marcamos de nos encontrar. Boa! Ficamos… gostei! Dou um tempo e ligo de novo. Daí começa a sessão de desculpas absurdas, pois a partir daquele momento a cena de um tatu debaixo de um carro sendo salvo (blá, blá!) passa a fazer parte do hall de motivos de piada e chacota com a minha pessoa.

Mas é impressionante, quando a gente não quer é que a assombração aparece no meio de uma fila de serviço público burocrático. “Poxa, morena, vamos nos ver?”. Replico: “Já estamos nos vendo, não?!” (…) “Te ligo no sábado pra irmos prum japonês”… blá, blá, blá!

Já tinha excluído a possibilidade de encontrar este canalha novamente, mas encosto é encosto, e ele sempre nos persegue. Saía da minha casa quando o sapo passa com sua abóbora automotora na porta de minha casa e quase me atropela.

-Poxa, morena, porque você não me ligou?
-Ué, espero a ida ao japonês até agora. E pra que ligaria?, pra você me dizer que tem que salvar uma jaguatirica dessa vez?
-Ai, morena, sabe o que é… é que na sexta trabalhei até tarde e estava cansadão! Fora que tive uns projetos pra cumprir e viajei pra Atibaia, Paraty… blá, blá, blá, Whiskas sachê…

Por causa deste cara, minhas amigas concluíram que sou a típica “mulher de malandro”, daquela que apanha, sofre, chora, mas mesmo depois de tudo isso perdoa o tipo sem qualificação e cede aos pedidos dele. Mas desta última vez foi demais: estava na internet sem pretensões, bisbilhotando a vida de uns, conversando com outros, eis que sobe a janelinha: “E aí, morena?”

Passada meia hora meu interfone toca, tinha alguém na portaria querendo falar comigo, e era o senhor Whiskas sachê me convidando pra tomar um lanche na padaria da esquina. Quando ele fazia o pedido reparo na roupa de baixo do distinto: uma cueca do Corinthians.

-Peraí, isso é pra me irritar?
-Nada, é pra te provocar.

Posso dizer que já agüentei todo o tipo de coisa desta pessoa: bolos, desculpas esfarrapadas, promessas não cumpridas, blá, blá, blá, Whiskas sachê…, mas provocação e cueca corintiana é demais da conta.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Pensamentos de uma noite embriagada

Já são quase quatro da manhã e o grilo canta na imensidão de asfalto. Uma garrafa de vinho já foi sorvida para inebriar seus pensamentos mais confusos, mas ela não consegue fugir daquela conversa; uma conversa com alguém que ela nunca conversou direito.

- Tenho algumas coisas pra te dizer: não gosto nada dessas suas saídas noturnas. Se acontecer alguma coisa com você, não estarei ao seu lado pra te proteger. (…) Tenho também a certeza de que você encontrará uma pessoa a sua altura, uma pessoa que te mereça . Você é uma mulher maravilhosa por quem eu torço muito, e você sabe disso.

- Eu sei disso. Sei que você torce por mim e que eu encontrarei essa pessoa. Posso parecer meio derrotista de vez em quando, mas ainda não perdi as esperanças de encontrar alguém que me ame da maneira que sou e que eu possa me ver nos olhos dela.

Uma lacuna de palavras povoa aquele ambiente, apenas pensamentos indecifráveis habitam a cabeça daqueles dois naquele momento. Mas o hiato de palavras é quebrado:

- Quer saber… eu me casaria com você.

Uma falésia de palavras. Mil coisas passam na cabeça dela. Ela nunca tinha ouvido de alguém aquela afirmação, muito menos no condicional futuro do verbo “ia”, aquele que designa: nunca acontecerá.

- Quer saber de outra coisa: até hoje me pergunto por que não te conheci antes.

Aquele questionamento a coloca no mundo real: acho que nos encontramos no momento certo. Nem tão cedo nem tão tarde, mas na hora certa. Se tivéssemos nos conhecido antes a magia não teria sido a mesma que no momento que nos encontramos, onde tudo que nunca esperávamos aconteceu e quando tudo foi tão inesquecível e único. E se fosse mais tarde, a espera seria tanta que os fatos não superariam as expectativas.

Outra imensidão de milésimos de segundo sem palavras...

- Mas é sério! Quando precisar de socorro numa noite escura é só me dar um toque. E você sabe que inclusive sinal de fumaça eu atendo, mas só o seu!

- Eu sei que sempre posso contar com você. Você sempre me ajudou em momentos extremos e sei que virá correndo se eu der qualquer sinal.

- Não importa onde eu estiver, eu sempre estarei atento aos seus alertas e farei o possível pra te salvar.

Mas naquela noite embriagada de pensamentos ele não estava lá. Ela estava sozinha. Não adiantou alertas, nem mensagens, nem sinais de fumaça. Pois ela esperava por alguém que a amasse do jeito que ela era, por alguém que ela poderia se enxergar nos olhos e por alguém que conjugasse o verbo não no condicional do nunca acontecerá, mas sim no indicativo de um futuro esperançoso.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A noite do gato preto

Era madrugada e o calor abafado da noite a convidava para um passeio. Uma caminhada pelas ruas molhadas por uma chuva vespertina, daquelas trombas d´água típicas de verão.

Ela usa chinelos, mas o que ela mais queria era estar descalça sentir o poder daquela noite.

Ninguém na rua, só carros passam ao seu lado sem se importar com ela; bares estão fechados, nenhum lugar onde ela poderia afogar suas mágoas vindas de onde ela não sabia. Sua única opção é continuar andando e respirar, sentir, pensar aquele ar úmido que a cercava.

Respirava a vida a sua volta; seus desejos, suas vontades, seus quereres, tudo passava por sua cabeça – uma cabeça cheia de pensamentos: trabalho, família, amigos. Ela sorri por se lembrar dos amigos que passaram na sua vida e que dão alegria a ela: “Estamos namorando”, “Comprei um apartamento”, “Minha filha nasce daqui a dois meses. Será uma menina linda, que eu quero que tenha o seu nome”. Conquistas daqueles que mesmo distantes ainda estão presentes em seu pensamento e no seu coração, aqueles que ela escolheu como família.

Sua família: uma família cheia de defeitos, mas que ela sabe que é a família perfeita para ela: malucos, bêbados, fumantes, contentes, alegres, com seus problemas, como todos, mas como poucos capazes de superar tantos problemas, e, acima de tudo, com uma coisa que poucos compreendem: todos exercedores da civilidade. Todos nós somos únicos e civilizados.

No seu vagar pelas ruas ela acaba se perdendo, se perdendo nos seus pensamentos. Ela sorri novamente, pois repara que se perdeu no seu admirável senso de localização. Onde ela estaria? O que a teria levado até alí? Mas ela pouco se importa como voltar para casa, ela sabe que seus pensamentos a levarão de regresso.

Descalça suas havaianas, quer sentir o asfalto molhado em seus pés. Sente o calor entre seus dedos e arrepia a espinha por pensar ha quantos anos não fazia isso: sentir. Sente um nó na garganta. Repara que sente saudades, sente falta daqueles que já foram e dos que ainda estão. Sente abraços sinceros no calor da escuridão iluminada da noite paulistana.

Sem querer, está na porta de casa. Uma lágrima escorre e esbarra em seu sorriso, pois surge um gato preto; é hora de se animar, é sinal de alguém que te ama muito ou logo vai se apaixonar.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Controverso

É engraçado como nossos sentimentos podem ser confusos, tão confusos que chegam a ser desconhecidos até para aqueles que, como eu, já haviam pensado que tinham sentido um monte de coisa e que nada mais poderia surpreender.

Durante muitos anos sonhei em encontrar uma pessoa: um sonho de rapaz, bonito, educado, carinhoso, com um corpo “aceitável”*, inteligente, formado, mais velho, ético, atencioso, esportista, divertido, qualidades que são difíceis de enumerar.

Por alguns momentos cheguei a pensar que seria impossível conhecer pessoalmente esse homem, tanto que nunca imaginei que um encontro seria possível. E para minha surpresa maior, esse encontro aconteceu e minhas expectativas, mesmo que falhas e passageiras, foram testadas.

Um cumprimento tímido, mas ao mesmo tempo deslumbrado das duas partes, foi dado, constatamos que aquele que víamos era real, até toques mútuos foram necessários para termos tal certeza e aquela conversa téte à téte, por tanto tempo ensaiada foi colocada em prática. Foi como se nos conhecêssemos realmente ha anos: mesmas aspirações, mesma loucura sadia, mesma cumplicidade com nossos ideais e a mesma vontade de mudar o mundo.

Ele me conhecia tanto que parecia que tinha lido meu manual de instruções e decorado cada linha do “modo de usar”. Me levou a lugares que outros já me levaram e chegou a me falar as mesmas palavras, mas do jeito dele.

Sei que fiz tudo certo dessa vez, não fiz papel de homem: não busquei em lugar nenhum, não insisti no encontro, não forcei uma situação, não disse coisas a mais nem a menos, somente o necessário no intuito de ser inesquecível.

Mas mesmo assim ele teve que ir embora e eu tive que ficar com o perfume dele nos meus cabelos e com a missão de continuar na procura de um alguém como ele, mas que não queira que eu seja apenas inesquecível, mas sim única e para sempre.

*desculpem o adjetivo, mas não encontro outro a altura, pois não sei nem se o adjetivo é o adequado ou se “aceitável” é a palavra certa, muito menos se o aspecto físico realmente importa