terça-feira, 17 de março de 2009

Crônica de uma goiana

Polícia ouve mulher de homem que roubou avião e caiu em shopping em Goiás - Folha Online 17/03/09

É impressionante como ficamos cegas quando estamos apaixonadas, mas infelizmente toda minha cegueira foi desfeita depois dos acontecimentos da última semana.

Minha vida seguia seu curso: meu apartamento num bairro de classe média, minha família, até a apatia do meu marido estavam normais. Não sei como fui perder o controle de tudo isso, mas eu perdi! Numa briga normal, dessas do cotidiano que todo casal tem, meu marido simplesmente surtou: pegou um extintor de incêndio e me bateu.

Acho que foram os golpes do extintor que me fizeram enxergar novamente e do nada tudo virou de ponta cabeça: aquele companheiro, que eu achava que era perfeito, pegou um avião e se jogou num shopping junto com tudo que eu tinha de mais importante na minha vida: minha filha.

Pena que foi só depois desse acontecimento que fui descobrir com que categoria de homem eu vinha me relacionando ha mais de cinco anos, e o pior: tomei conhecimento de todas essas coisas ao mesmo tempo em que todos os brasileiros. Fiquei sabendo em rede nacional que aquele que eu amava, além de jogar todos os meus sonhos em queda livre, era acusado de estupro. De repente me vi cheia de galos na cabeça, traída por aquele que compartilhava meus dias e privada do amor daquela que mais me importava.

Não consigo deixar de me flagelar por ter sido tão obtusa ao fato de dividir a minha vida com um homem assim. Muitos disseram que eu estava cega, que ele não era homem pra mim, e eu digo todos estão certos, pois eu estava apaixonada. Quem nunca se apaixonou que atire a primeira pedra.

Hoje, depois de sete dias liberta da minha cegueira, com hematomas no corpo e na mente e quase sem estrutura emocional, posso refletir junto com minhas dores físicas e sentimentais que fui uma mulher sem sorte e apaixonada como muitas, que se jogam de cabeça em um relacionamento incerto com um homem nada certo.

Um comentário:

André Henriques disse...

E quando será que não somos cegos???