Deixei de contar carneirinhos desde o fim de semana passado, quando estava dormindo ao lado do meu namorado.
Mesmo com o apartamento só pra nós, no meio da madrugada senti que não estávamos sozinhos. Entreabri os olhos, e não vi a penumbra habitual do quarto, vi foi um vulto ao meu lado, velando meu sono.
Assustada, tentei gritar e minha voz não saía; tentei rezar, mas até a Ave Maria saíra da minha cabeça.
O vulto tocou complacente e carinhosamente meu ombro. Senti que a intenção era pura, mas o medo já tinha tomado conta.
Tentava chamar meu namorado, mas ele não acordava com os murros que eu dava em suas costas.
Quando eu consegui me mexer, abracei meu companheiro a fim de obter um porto seguro, como se ele fosse meu travesseiro surrado, mas, ao olhar o pé da cama, vi que a mesma sombra zelava por nós.
Abraçada, orei! Orei com toda a força que o medo nos dá.
Desde então deixei de contar carneirinhos e passei a rezar. Não conto quantas preces faço, mas rezo até me cansar.
3 comentários:
Mas é de oração mesmo que o vulto precisa. Durma em paz!
Só não vá dormir com o Padre Quevedo por isso. hehehehehe
Mira que chamarme vulto a min...
Postar um comentário