quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Quando deixei de contar carneirinhos

Deixei de contar carneirinhos desde o fim de semana passado, quando estava dormindo ao lado do meu namorado.

Mesmo com o apartamento só pra nós, no meio da madrugada senti que não estávamos sozinhos. Entreabri os olhos, e não vi a penumbra habitual do quarto, vi foi um vulto ao meu lado, velando meu sono.

Assustada, tentei gritar e minha voz não saía; tentei rezar, mas até a Ave Maria saíra da minha cabeça.

O vulto tocou complacente e carinhosamente meu ombro. Senti que a intenção era pura, mas o medo já tinha tomado conta.

Tentava chamar meu namorado, mas ele não acordava com os murros que eu dava em suas costas.

Quando eu consegui me mexer, abracei meu companheiro a fim de obter um porto seguro, como se ele fosse meu travesseiro surrado, mas, ao olhar o pé da cama, vi que a mesma sombra zelava por nós.

Abraçada, orei! Orei com toda a força que o medo nos dá.

Desde então deixei de contar carneirinhos e passei a rezar. Não conto quantas preces faço, mas rezo até me cansar.

3 comentários:

Monika J. disse...

Mas é de oração mesmo que o vulto precisa. Durma em paz!

André Henriques disse...

Só não vá dormir com o Padre Quevedo por isso. hehehehehe

Trasno disse...

Mira que chamarme vulto a min...