quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Senhor Whiskas sachê

Tenho um processo que já se arrasta por mais de quatro anos, já esperei tanto meu telefone tocar com a chamada desse cara que cheguei a ficar calejada, marcando outros compromissos, pois sabia que levaria um bolo ou coisa parecida.

Quando iniciávamos um flerte, ele pede meu telefone. Ótimo! Melhor ainda por ter me ligado. Mas depois de pouco tempo ele é tragado pela terra… blá!

Após um longo período, quando apagava uns telefones do meu celular encontro o telefone do carinha e me vem à pergunta: Será que ele ainda está vivo? Ligo! Marcamos de nos encontrar. Boa! Ficamos… gostei! Dou um tempo e ligo de novo. Daí começa a sessão de desculpas absurdas, pois a partir daquele momento a cena de um tatu debaixo de um carro sendo salvo (blá, blá!) passa a fazer parte do hall de motivos de piada e chacota com a minha pessoa.

Mas é impressionante, quando a gente não quer é que a assombração aparece no meio de uma fila de serviço público burocrático. “Poxa, morena, vamos nos ver?”. Replico: “Já estamos nos vendo, não?!” (…) “Te ligo no sábado pra irmos prum japonês”… blá, blá, blá!

Já tinha excluído a possibilidade de encontrar este canalha novamente, mas encosto é encosto, e ele sempre nos persegue. Saía da minha casa quando o sapo passa com sua abóbora automotora na porta de minha casa e quase me atropela.

-Poxa, morena, porque você não me ligou?
-Ué, espero a ida ao japonês até agora. E pra que ligaria?, pra você me dizer que tem que salvar uma jaguatirica dessa vez?
-Ai, morena, sabe o que é… é que na sexta trabalhei até tarde e estava cansadão! Fora que tive uns projetos pra cumprir e viajei pra Atibaia, Paraty… blá, blá, blá, Whiskas sachê…

Por causa deste cara, minhas amigas concluíram que sou a típica “mulher de malandro”, daquela que apanha, sofre, chora, mas mesmo depois de tudo isso perdoa o tipo sem qualificação e cede aos pedidos dele. Mas desta última vez foi demais: estava na internet sem pretensões, bisbilhotando a vida de uns, conversando com outros, eis que sobe a janelinha: “E aí, morena?”

Passada meia hora meu interfone toca, tinha alguém na portaria querendo falar comigo, e era o senhor Whiskas sachê me convidando pra tomar um lanche na padaria da esquina. Quando ele fazia o pedido reparo na roupa de baixo do distinto: uma cueca do Corinthians.

-Peraí, isso é pra me irritar?
-Nada, é pra te provocar.

Posso dizer que já agüentei todo o tipo de coisa desta pessoa: bolos, desculpas esfarrapadas, promessas não cumpridas, blá, blá, blá, Whiskas sachê…, mas provocação e cueca corintiana é demais da conta.

4 comentários:

Cristian disse...

Manu, pq vc insiste em travar relações com pessoas que apenas envergonham o sexo masculino e a aquela gloriosa agremiação esportiva situada na Rua São Jorge, 777?

Jan disse...

Eu gostei da cueca...

Anônimo disse...

Manu,

Favor rever sua lista de contatos.

André Henriques disse...

Cruzes!