Tentamos nos cegar e fingir que não estamos aprisionados às convenções de um mundo preocupado, muitas vezes estritamente, com as ditaduras sub-humanas do cotidiano.
Um dos grandes exemplos dessa ditadura para as mulheres é o salto alto. Se em meados do século passado grupos feministas queimavam sutiãs em praça pública, nesse milênio as mulheres passarão por cima dos calçados de salto alto com um rolo compressor.
Salto alto é motivo de fetiche tanto para homens como para mulheres (por razões diferentes, claro), mas a obrigação de estar elegante em cima de alguns muitos centímetros é algo que angustia qualquer fêmea.
E como é catártico presenciar uma libertação!
Passava por um lugar onde a ditadura do salto alto é super ferrenha, quando vi uma transeunte, que nem era elegante, se libertar de seus calçados e continuar seu caminho com seus pés seminus, envoltos apenas por uma meia fina.
Aquela mulher levou o prazer de tirar os sapatos apertados a um patamar que nem Bentinho faria melhor. Ela transformou este minúsculo deleite em um ato que a transformou em uma diva: elegante, feliz com seus pés descalços e pouco se importando com o que pensariam dela.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
A beleza incentiva
Que a beleza é instigante para os olhos e nos causa bom grado, todos nós sabemos, mas é engraçado como nos furtamos em reparar no quanto a beleza nos incentiva na nossa rotina.
Desde a nossa infância dependemos da beleza nas mais míseras atividades do dia-a-dia. Quem nunca quis ficar na cama, fingindo uma gripe pra sua mãe, mas deixou de lado a ideia de ficar debaixo dos cobertores ao lembrar que aquele menino bonitinho estaria na escola e o pensamento de deixar de vê-lo, nem que seja por um dia, te faz esquecer os planos de um dia de ócio em casa.
E isso acontece ainda mais quando estamos crescidinhos.
Precisamos de mimos pros nossos olhos em todas as atividades rotineiras. Vamos para a faculdade com o afago de que cruzaremos com aquela pessoa interessante. Seguimos para o trabalho todo santo dia com o propósito de ganhar nosso dinheirinho, mas nos agrada a chance de encontrar seu colega boa pinta na máquina do café. Até mesmo na academia isso acontece – se vamos malhar naquele dia que estamos de saco cheio, quando pensamos em deixar de lado, nem que seja por um dia, o projeto Corpão de Verão, nos lembramos de que tem aquele instrutor gatinho ou aquele aluno tipão.
Não é só a beleza alheia que incentiva e que não reparamos nela - a beleza também está no ipê roxo que floresce, no passarinho que saltita na sua frente, na alegria de ver um sorriso desconhecido e despretencioso.
Desde a nossa infância dependemos da beleza nas mais míseras atividades do dia-a-dia. Quem nunca quis ficar na cama, fingindo uma gripe pra sua mãe, mas deixou de lado a ideia de ficar debaixo dos cobertores ao lembrar que aquele menino bonitinho estaria na escola e o pensamento de deixar de vê-lo, nem que seja por um dia, te faz esquecer os planos de um dia de ócio em casa.
E isso acontece ainda mais quando estamos crescidinhos.
Precisamos de mimos pros nossos olhos em todas as atividades rotineiras. Vamos para a faculdade com o afago de que cruzaremos com aquela pessoa interessante. Seguimos para o trabalho todo santo dia com o propósito de ganhar nosso dinheirinho, mas nos agrada a chance de encontrar seu colega boa pinta na máquina do café. Até mesmo na academia isso acontece – se vamos malhar naquele dia que estamos de saco cheio, quando pensamos em deixar de lado, nem que seja por um dia, o projeto Corpão de Verão, nos lembramos de que tem aquele instrutor gatinho ou aquele aluno tipão.
Não é só a beleza alheia que incentiva e que não reparamos nela - a beleza também está no ipê roxo que floresce, no passarinho que saltita na sua frente, na alegria de ver um sorriso desconhecido e despretencioso.
Assinar:
Postagens (Atom)