Eu nunca brinquei de eu nunca, então vamos lá…
Eu nunca comi jiló
Eu nunca aprendi a jogar xadrez
Eu nunca tive medo de pular de um trampolim
Eu nunca tomei banho de mar pelada
Eu nunca dormi descoberta
Eu nunca suportei a Luciana Gimenez
Eu nunca fiquei mais de uma semana com o mesmo esmalte
Eu nunca explodi uma bomba
Eu nunca esqueci meu aniversário
Eu nunca estive em dois lugares ao mesmo tempo (mas em pensamento sim…)
Eu nunca acreditei que o homem foi à Lua
Eu nunca vi meu pai chorar
Eu nunca estudei mandarim
Eu nunca voei
Eu nunca caí na rua sem pagar mico
Eu nunca desfilei numa escola de samba
Eu nunca perdi a minha esperança
Eu nunca chorei sem motivo
Eu nunca me arrependi do que fiz
Eu nunca contemplei o pôr do sol na companhia de alguém realmente especial
Eu nunca gritei “eu te amo”
Eu nunca fui pedida em namoro
Eu nunca duvidei que fui, sou e serei feliz
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Senhor Whiskas sachê
Tenho um processo que já se arrasta por mais de quatro anos, já esperei tanto meu telefone tocar com a chamada desse cara que cheguei a ficar calejada, marcando outros compromissos, pois sabia que levaria um bolo ou coisa parecida.
Quando iniciávamos um flerte, ele pede meu telefone. Ótimo! Melhor ainda por ter me ligado. Mas depois de pouco tempo ele é tragado pela terra… blá!
Após um longo período, quando apagava uns telefones do meu celular encontro o telefone do carinha e me vem à pergunta: Será que ele ainda está vivo? Ligo! Marcamos de nos encontrar. Boa! Ficamos… gostei! Dou um tempo e ligo de novo. Daí começa a sessão de desculpas absurdas, pois a partir daquele momento a cena de um tatu debaixo de um carro sendo salvo (blá, blá!) passa a fazer parte do hall de motivos de piada e chacota com a minha pessoa.
Mas é impressionante, quando a gente não quer é que a assombração aparece no meio de uma fila de serviço público burocrático. “Poxa, morena, vamos nos ver?”. Replico: “Já estamos nos vendo, não?!” (…) “Te ligo no sábado pra irmos prum japonês”… blá, blá, blá!
Já tinha excluído a possibilidade de encontrar este canalha novamente, mas encosto é encosto, e ele sempre nos persegue. Saía da minha casa quando o sapo passa com sua abóbora automotora na porta de minha casa e quase me atropela.
-Poxa, morena, porque você não me ligou?
-Ué, espero a ida ao japonês até agora. E pra que ligaria?, pra você me dizer que tem que salvar uma jaguatirica dessa vez?
-Ai, morena, sabe o que é… é que na sexta trabalhei até tarde e estava cansadão! Fora que tive uns projetos pra cumprir e viajei pra Atibaia, Paraty… blá, blá, blá, Whiskas sachê…
Por causa deste cara, minhas amigas concluíram que sou a típica “mulher de malandro”, daquela que apanha, sofre, chora, mas mesmo depois de tudo isso perdoa o tipo sem qualificação e cede aos pedidos dele. Mas desta última vez foi demais: estava na internet sem pretensões, bisbilhotando a vida de uns, conversando com outros, eis que sobe a janelinha: “E aí, morena?”
Passada meia hora meu interfone toca, tinha alguém na portaria querendo falar comigo, e era o senhor Whiskas sachê me convidando pra tomar um lanche na padaria da esquina. Quando ele fazia o pedido reparo na roupa de baixo do distinto: uma cueca do Corinthians.
-Peraí, isso é pra me irritar?
-Nada, é pra te provocar.
Posso dizer que já agüentei todo o tipo de coisa desta pessoa: bolos, desculpas esfarrapadas, promessas não cumpridas, blá, blá, blá, Whiskas sachê…, mas provocação e cueca corintiana é demais da conta.
Quando iniciávamos um flerte, ele pede meu telefone. Ótimo! Melhor ainda por ter me ligado. Mas depois de pouco tempo ele é tragado pela terra… blá!
Após um longo período, quando apagava uns telefones do meu celular encontro o telefone do carinha e me vem à pergunta: Será que ele ainda está vivo? Ligo! Marcamos de nos encontrar. Boa! Ficamos… gostei! Dou um tempo e ligo de novo. Daí começa a sessão de desculpas absurdas, pois a partir daquele momento a cena de um tatu debaixo de um carro sendo salvo (blá, blá!) passa a fazer parte do hall de motivos de piada e chacota com a minha pessoa.
Mas é impressionante, quando a gente não quer é que a assombração aparece no meio de uma fila de serviço público burocrático. “Poxa, morena, vamos nos ver?”. Replico: “Já estamos nos vendo, não?!” (…) “Te ligo no sábado pra irmos prum japonês”… blá, blá, blá!
Já tinha excluído a possibilidade de encontrar este canalha novamente, mas encosto é encosto, e ele sempre nos persegue. Saía da minha casa quando o sapo passa com sua abóbora automotora na porta de minha casa e quase me atropela.
-Poxa, morena, porque você não me ligou?
-Ué, espero a ida ao japonês até agora. E pra que ligaria?, pra você me dizer que tem que salvar uma jaguatirica dessa vez?
-Ai, morena, sabe o que é… é que na sexta trabalhei até tarde e estava cansadão! Fora que tive uns projetos pra cumprir e viajei pra Atibaia, Paraty… blá, blá, blá, Whiskas sachê…
Por causa deste cara, minhas amigas concluíram que sou a típica “mulher de malandro”, daquela que apanha, sofre, chora, mas mesmo depois de tudo isso perdoa o tipo sem qualificação e cede aos pedidos dele. Mas desta última vez foi demais: estava na internet sem pretensões, bisbilhotando a vida de uns, conversando com outros, eis que sobe a janelinha: “E aí, morena?”
Passada meia hora meu interfone toca, tinha alguém na portaria querendo falar comigo, e era o senhor Whiskas sachê me convidando pra tomar um lanche na padaria da esquina. Quando ele fazia o pedido reparo na roupa de baixo do distinto: uma cueca do Corinthians.
-Peraí, isso é pra me irritar?
-Nada, é pra te provocar.
Posso dizer que já agüentei todo o tipo de coisa desta pessoa: bolos, desculpas esfarrapadas, promessas não cumpridas, blá, blá, blá, Whiskas sachê…, mas provocação e cueca corintiana é demais da conta.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Pensamentos de uma noite embriagada
Já são quase quatro da manhã e o grilo canta na imensidão de asfalto. Uma garrafa de vinho já foi sorvida para inebriar seus pensamentos mais confusos, mas ela não consegue fugir daquela conversa; uma conversa com alguém que ela nunca conversou direito.
- Tenho algumas coisas pra te dizer: não gosto nada dessas suas saídas noturnas. Se acontecer alguma coisa com você, não estarei ao seu lado pra te proteger. (…) Tenho também a certeza de que você encontrará uma pessoa a sua altura, uma pessoa que te mereça . Você é uma mulher maravilhosa por quem eu torço muito, e você sabe disso.
- Eu sei disso. Sei que você torce por mim e que eu encontrarei essa pessoa. Posso parecer meio derrotista de vez em quando, mas ainda não perdi as esperanças de encontrar alguém que me ame da maneira que sou e que eu possa me ver nos olhos dela.
Uma lacuna de palavras povoa aquele ambiente, apenas pensamentos indecifráveis habitam a cabeça daqueles dois naquele momento. Mas o hiato de palavras é quebrado:
- Quer saber… eu me casaria com você.
Uma falésia de palavras. Mil coisas passam na cabeça dela. Ela nunca tinha ouvido de alguém aquela afirmação, muito menos no condicional futuro do verbo “ia”, aquele que designa: nunca acontecerá.
- Quer saber de outra coisa: até hoje me pergunto por que não te conheci antes.
Aquele questionamento a coloca no mundo real: acho que nos encontramos no momento certo. Nem tão cedo nem tão tarde, mas na hora certa. Se tivéssemos nos conhecido antes a magia não teria sido a mesma que no momento que nos encontramos, onde tudo que nunca esperávamos aconteceu e quando tudo foi tão inesquecível e único. E se fosse mais tarde, a espera seria tanta que os fatos não superariam as expectativas.
Outra imensidão de milésimos de segundo sem palavras...
- Mas é sério! Quando precisar de socorro numa noite escura é só me dar um toque. E você sabe que inclusive sinal de fumaça eu atendo, mas só o seu!
- Eu sei que sempre posso contar com você. Você sempre me ajudou em momentos extremos e sei que virá correndo se eu der qualquer sinal.
- Não importa onde eu estiver, eu sempre estarei atento aos seus alertas e farei o possível pra te salvar.
Mas naquela noite embriagada de pensamentos ele não estava lá. Ela estava sozinha. Não adiantou alertas, nem mensagens, nem sinais de fumaça. Pois ela esperava por alguém que a amasse do jeito que ela era, por alguém que ela poderia se enxergar nos olhos e por alguém que conjugasse o verbo não no condicional do nunca acontecerá, mas sim no indicativo de um futuro esperançoso.
- Tenho algumas coisas pra te dizer: não gosto nada dessas suas saídas noturnas. Se acontecer alguma coisa com você, não estarei ao seu lado pra te proteger. (…) Tenho também a certeza de que você encontrará uma pessoa a sua altura, uma pessoa que te mereça . Você é uma mulher maravilhosa por quem eu torço muito, e você sabe disso.
- Eu sei disso. Sei que você torce por mim e que eu encontrarei essa pessoa. Posso parecer meio derrotista de vez em quando, mas ainda não perdi as esperanças de encontrar alguém que me ame da maneira que sou e que eu possa me ver nos olhos dela.
Uma lacuna de palavras povoa aquele ambiente, apenas pensamentos indecifráveis habitam a cabeça daqueles dois naquele momento. Mas o hiato de palavras é quebrado:
- Quer saber… eu me casaria com você.
Uma falésia de palavras. Mil coisas passam na cabeça dela. Ela nunca tinha ouvido de alguém aquela afirmação, muito menos no condicional futuro do verbo “ia”, aquele que designa: nunca acontecerá.
- Quer saber de outra coisa: até hoje me pergunto por que não te conheci antes.
Aquele questionamento a coloca no mundo real: acho que nos encontramos no momento certo. Nem tão cedo nem tão tarde, mas na hora certa. Se tivéssemos nos conhecido antes a magia não teria sido a mesma que no momento que nos encontramos, onde tudo que nunca esperávamos aconteceu e quando tudo foi tão inesquecível e único. E se fosse mais tarde, a espera seria tanta que os fatos não superariam as expectativas.
Outra imensidão de milésimos de segundo sem palavras...
- Mas é sério! Quando precisar de socorro numa noite escura é só me dar um toque. E você sabe que inclusive sinal de fumaça eu atendo, mas só o seu!
- Eu sei que sempre posso contar com você. Você sempre me ajudou em momentos extremos e sei que virá correndo se eu der qualquer sinal.
- Não importa onde eu estiver, eu sempre estarei atento aos seus alertas e farei o possível pra te salvar.
Mas naquela noite embriagada de pensamentos ele não estava lá. Ela estava sozinha. Não adiantou alertas, nem mensagens, nem sinais de fumaça. Pois ela esperava por alguém que a amasse do jeito que ela era, por alguém que ela poderia se enxergar nos olhos e por alguém que conjugasse o verbo não no condicional do nunca acontecerá, mas sim no indicativo de um futuro esperançoso.
Assinar:
Postagens (Atom)