Era o dia-sonho para muitas mulheres, mas para ela, aquilo mais parecia um pesadelo.
Não queria nenhuma maquiagem muito menos um penteado ornamentado. Abdicou do dia dedicado especialmente àquela ocasião significativa para tantas. Se olhou no espelho, se maquiou como se fosse à padaria, prendeu o pedaço de tule nos cabelos, deixando grampos à mostra no alto da cabeça, vestiu o único vestido branco que tinha, que de tão desgastado, mais pareciam retalhos.
Entrou num carro qualquer e rumou para o lugar onde confirmaria a decisão para sua vida inteira. Aquele que era o sonho para muitas mulheres, para ela que esperara tanto por aquela data, agora só queria fugir, se enfiar num buraco qualquer e nunca mais voltar.
Na frente de uma construção sem importância pra ela, respirou e pensou: Não! E foi para a entrada pra respirar um ar que não havia. Foi quando seu pai pegou sua mão e com um olhar de tristeza, disse: Vamos! Novamente se fitou no espelho, reparou numa imagem sacra qualquer e pediu: Me ajuda!
Seus pés estavam apertados por uns sapatos comprados na correria do momento, queria tirá-los e foi isso que fez diante de uma grande porta. Enquanto seus dedos respiravam e ela sentia um pouco de liberdade, a mesma porta se abre diante de si. Apertou a única flor que tinha nas mãos e deu um ligeiro e tímido passo com seu pé descalço.
Estavam lá os mesmos amigos de sempre, dos churrascos de final de semana, de cinemas despretensiosos, divididos por um corredor decorado por flores que ela odiava, e no fim desse corredor estava um companheiro de pouco tempo, mas não para a vida toda.
Com a flor numa mão e o pai na outra, ela seguia reto com os olhos baixos e rasos. Ao subir os olhos viu na sua frente um homem com um terno alugado, que assim como ela, não estava certo se queria mesmo estar ali.
Depois de um beijo na testa, seu pai a entregou para aquele que a aguardava. Olhos indecisos de vêem e se ajoelham diante de um desconhecido.
No meio do sermão daquele velho incógnito, eles se voltaram e ele pergunta: Será que vai dar certo?, e ela: Acho que não...
As palavras ditas naquele momento pouco importavam para eles, mas uma frase chamou a atenção: Fale agora ou cale-se para sempre. Foi quando os dois deram um longo suspiro, se levantaram e foram embora.
Um comentário:
Amiga, você casou???
rs...
Pelo visto não.
Menina, a gente passa uma vida inteira planejando o dia do casamento, mas pra falar a verdade quando a gente encontra a pessoa certa vale qualquer bimboca, sem maquiagem mesmo...O que se quer é que essa sensação de plenitude não passe...
Ai ai...
Estou em falta contigo!
Prometo entrar no skype com tempo para prozear!
Saudades, morena-flor!
Quero saber das suas aventuras por aí!
bjocas
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