Já faço parte desse mundo virtual faz um tempinho: MSN, Orkut, Facebook, YouTube, Blog, Fotolog, enfim, vários meios, mas nunca tinha descoberto as coisas boas que uma conversa via web-cam pode nos ofertar.
É ótimo falar com familiares, amigos e também com aqueles amigos que você sempre falou, mas nunca conheceu. Sim, os amigos virtuais! E eu tenho um amigo-virtual.
“Conheci” esse meu amigo através do Orkut. Fuçando a página de um colega de colegial acabei encontrando essa pessoa. Minha primeira impressão do rapaz foi: “Meu Deus! Ele parece o Gianechinni de olhos verdes!”. Uma coisa de louco, um homem bonito pra valer e quando vejo as fotos do seu álbum confirmo a beleza do rapaz.
Como quem não quer nada, adicionei o moço e pra minha surpresa, ele me manda um e-mail pra saber se eu existia realmente. Sim, eu sou bem real! E a partir daquele momento iniciamos nossa amizade virtual, onde cada um só se conhecia por foto e se falava por MSN.
Estávamos solteiros quando nos conhecemos e cheguei a cogitar a possibilidade de ir até sua cidade-natal ou à cidade onde ele fazia faculdade só para vê-lo pessoalmente. A cogitação foi tanta que consegui ser madrinha da bateria do grêmio acadêmico da faculdade oposta só pra ter um pretexto pra ir ao interior de São Paulo. Infelizmente a falta de dinheiro e um pouco mais de vergonha na cara me fizeram abortar essa missão que desencadearia uma guerra entre universidades.
O tempo passou, os dois começaram a namorar, mas nem por isso a amizade foi deixada de lado. As conversas via internet continuavam, acompanhamos os progressos acadêmicos, intelectuais e pessoais de cada um e ele passou a ser um admirador das coisas que escrevo.
Sempre debatíamos sobre meus escritos e ríamos das coisas que se passavam com os dois: minhas decepções amorosas e suas aventuras no meio do Brasil, mas foi somente da última vez que conversamos foi que descobri a maravilha que é ter uma web-cam durante uma conversa virtual.
Era início de madrugada quando iniciamos nossa prosa. Colocamos nossas novidades em dia: minha ida ao México, meus trabalhos e nossas conquistas. Era inevitável que depois de tanto tempo ele veria novas fotos – coisa que o agradou muito! E pra meu espanto ele inicia uma vídeo-chamada.
Por fim vejo como é o ser humano. Sim, ele também era real! E logo de cara reparo que ele não nega suas raízes: usava uma camiseta de cor duvidosa já carcomida do grêmio da faculdade.
Como toda conversa virtual o tema é alterado mais do que uma conversa tradicional. Ele fala do seu trabalho e eu do quanto sou loser em questão oportunidades amorosas.
Num dado momento fui colocar meu pijama, pois já passavam da uma da manhã, e quando volto ele diz:
- Onde você estava? Ia fazer um stripe-tease pra você!
- Aí, olha como sou loser. Perdi outra oportunidade! (risos)
O papo continua...
- Não fica triste... Vamos começar um jogo: meia direita, meia esquerda ou as duas?
Pensei em todas as possibilidades do que aquelas alternativas poderiam ser. Como amantes de futebol que somos cheguei a pensar em jogadores que atacam por tais lados do campo, como jogadores universitários de handebol, qual era o posicionamento de cada um em quadra. E diante daquela dúvida atroz, escolhi a segunda opção e ele tira sua meia esquerda.
Tenho um ataque de riso na hora e ele diz:
- Agora é a sua vez!
- Meia direita ou meia esquerda?
- As duas!
Tiro minhas duas meias diante da câmera aos risos.
- Nossa, você é sexy até tirando a meia. – e continuamos aquele joguinho... - Agora uma pergunta valendo minha meia direita: qual o nome do conquistador do povo Inca?
- Peraí, eu estava no México, não no Peru! Posso te mostrar quem é um dos nomes que lutaram contra a conquista espanhola que ilustra as notas de cem pesos – e mostro a nota.
- Você acertou! – e ele tira a meia direita. – Agora é a sua vez...
- Escolhe: manga direita ou manga esquerda.
- As duas!
E arregaço as duas mangas do meu pijama sem cessar minha crise de risos.
- Graciosidade até pra arregaçar as mangas! - e continua - Outra pergunta, agora valendo minha camiseta: com quantos paus se faz uma canoa?
- De novo? Eu fiz letras, não engenharia. Posso pedir ajuda aos universitários?
- Pode!
- Universitário X, com quantos paus se faz uma canoa?
- Se for uma canoa de madeira de boa qualidade, somente um!... E então oponente, seu tempo já está se acabando.
- Confio na resposta do universitário.
- Você acertou novamente. Parabéns garotinha! – e ele tira a camiseta. “Pai Amado, onde isso vai parar?” pensava comigo. – Voltamos na sua vez...
- Barra direita ou barra esquerda?
- As duas! E levanto as barras das calças do meu pijama. – Assim eu fico louco!
- Estou começando a achar que você é maluco... As barras da calça?... Só você mesmo.
- Valendo a minha bermuda, vamos à próxima pergunta: Quem escreveu “O sítio do pica-pau amarelo”?
- Preciso mesmo responder?
- Não! – E ele já tira a bermuda.
Minha cara no monitor era de uma pessoa catatônica diante daquela visão, minhas mãos suavam frio, meus olhos estavam arregalados ao ver aquele homem lindo só de cueca. Eu não tinha reação.
- Agora é a sua vez!
- Minha vez o quê? Tá maluco? Você tirou a roupa porque quis e eu estou aqui na minha, contemplativa.
Fiquei mais uns minutos observando aquela cena e minha internet discada caiu. Nem pude me despedir daquele que pela primeira vez fez um streap pra mim.
3 comentários:
Já vi tudo! Depois só vai ter imagens com o rosto quadriculado e fazendo o maior sucesso na categoria de filmes amadores!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Manu, eu não resisti a piada aqui tb!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Amiga, às vezes penso que você é maluca! rs...
Na internet??????
=P
Como diria Clarissa: "Só tu mesmo..."
bjoca
ô coisa boa.
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