Escrevi este texto anteriormente no blog Homerengas, que compartilhava a autoria com mais três amigas minhas. Como esta narrativa foi escrita a quatro mãos, me furtei de colocá-lo aqui, porém o personagem principal desta história reapareceu na minha vida e não podia deixar de "homenageá-lo".
Não, eu não fiquei com ele! Mas aconteceu aquelas coincidências típicas do mundo pequeno, a famosa teoria de que existem seis pessoas no planeta e que o resto é tudo figurante.
Fazia um tempo que eu ficava com um cara do meu trabalho. Ele era um fofo, gostoso, atencioso, mas mal sabia eu que ele tinha um defeito – e que defeito: era noivo! E pra minha maior surpresa, ia se casar em pouco tempo. Fiquei indignada quando soube do fato e fiquei mais puta ainda quando recebo um convite para o devido casamento. Que cara de pau!
Para provar pro cara e pra mim mesma que era superior, resolvi ir à cerimônia, mas com quem? A companhia feminina era garantida, já que a maioria das minhas colegas de trabalho também foram convidadas, mas eu era - pra minha surpresa – amante do noivo. Não poderia ir sem um acompanhante do sexo masculino.
Daí a odisséia: ligar para todos os homens da minha agenda de telefones que topariam fazer um teatrinho e causar ciúmes naquele canalha que tanto mentiu pra mim. Nada! Por que nessas horas todos têm compromissos, namoradas ou namorados? Tive que recorrer à ajuda das amigas de verdade, que sempre têm uma solução pra dar, e a solução encontrada foi o primo de uma grande amiga.
O cara era gente boa, simpático e não fazia feio (de terno, todo homem é bonito), e topou me acompanhar naquela cerimônia onde eu tinha que sair por cima da carne seca de salto alto.
Nos encontramos nas imediações do salão de festas e ele encenou muito bem. Dançou comigo, foi super delicado, um cavalheiro e ainda ficou ao meu lado na hora de cumprimentar os noivos, dando pinta de que estávamos juntos e até apaixonadinhos. Na hora vi a cara de indignação do noivo... hum... a vingança tem um sabor gostoso...
Mas festa de casamento é aquela coisa: sempre acontece algo que nos surpreende. E o que me surpreendeu foi o um teor a mais de álcool no meu sangue que fez com que eu beijasse o grande ator daquela noite, o vencedor do Oscar, o primo da minha amiga.
E não é que o mocinho gostou? Ficamos juntos o restante da festa, ele me deixou em casa e ainda me ligou no dia seguinte. Tá certo!,... eu estava carente e com o orgulho ferido, mas ele fez por merecer: foi elegante, gentleman e não era de se jogar fora – dois dias depois do casamento, estávamos namorando.
Nos vimos poucas vezes depois da cerimônia e qualquer oportunidade que tínhamos de nos encontrar era válida: almoço, cinema, só que nada mais íntimo, devido às agendas malucas da nossa rotina. Só algumas semanas depois apareceu uma oportunidade de ficarmos um bom tempo juntos: haveria um evento da minha empresa num hotel fazenda de uma cidade do interior, onde eu tinha que estar presente, mas eu poderia levar um acompanhante. E a primeira pessoa que veio à cabeça para convidar foi meu namorado, claro! Chamei e ele aceitou.
Durante o final de semana poderíamos aproveitar tudo que a hospedagem nos oferecia durante o dia, já que à noite era o período que o evento empresarial era realizado. Chegamos ao hotel, na sexta-feira à noite, podres de cansados, não resistimos, e cada um virou pra um lado e capotou. No sábado, amanhece um dia ensolarado e lindo, que pede: piscina!
Levanto e chamo meu mocinho. Ele diz pra eu ir tomar café que ele logo desce. Faço o que ele manda, mas ele demora e volto ao quarto para chamá-lo novamente. Entro no quarto e vejo a porta do banheiro entreaberta, preocupada, avanço e flagro o rapaz cortando os pêlos do sovaco com uma tesourinha de cortar unha. Não agüento, e disparo:
- O que é isso?
- Odeio pêlos, odeio pêlos! – e continua sua sessão de tosa.
É nesse momento que reparo no espelho seu peito com a pele irritada por uma gilete que acabara de eliminar os pêlos peitorais. Pensei: ahn, tudo bem! Ele deve ser metrossexual; essa coisa tá na moda mesmo... E deixei por isso. Aproveitamos a piscina e todos os banquetes do evento, que terminou relativamente cedo.
O dia acaba e todos vão para seu quartos. É claro que o clima esquenta. Estava carente de carinho masculino e ele também parecia estar afim.
Tudo ia muito bem e bem gostosinho até a hora que eu inventei de avançar o sinal; nessa, o cara também se empolga, tira toda a roupa e se põe na minha frente, completamente nu.
Que horror! Queria soltar os gritos de todos os filmes do Hitchcock quando vi aquilo na minha frente. O cara estava nu e completamente pelado! Pelado, quero dizer: sem pêlos. Ele não raspava os membros inferiores e superiores, mas o membro central, que era o que mais me interessaria naquele momento, ele raspava. Tudo! Parecia o palhaço Carequinha!
Ao ver aquilo, não agüentei e comecei a rir um riso que não dava pra disfarçar. Era um misto de espanto, com decepção, com vontade de chorar. Eu estava de cara com um artista de circo de bizarrices, um verdadeiro homem freak show!
Respirei fundo, tentei recuperar a calma e continuar aquilo que tínhamos começado a fazer antes da minha crise de riso. Continuamos... quer dizer, continuar o quê? No meio da brincadeira, o cara broxa? Ahn não! Pra mim isso já é demais. O que eu estou fazendo aqui?
Estava namorando um cara maluco, completamente depilado e ainda broxa?
Não nos falamos durante toda a viagem de volta e a primeira e última coisa que falamos depois daquele pesadelo foi: não dá mais pra continuar. E o namoro acabou.
Não dava mais pra eu continuar com um cara bizarro, broxa, doido e que tinha o palhaço Carequinha no meio das pernas.
3 comentários:
Manu, amiga...
Não posso crer que essa história tenha mesmo se passado com vc!!!
hahahahaha!
Mentiiiira!!!! Vc inventou, me conta, vai!!!
Caramba, tô com vergonha alheia!
hahahahaha!
Um conselho de loira: Metrossexual é meio de transporte de Gay, tendeu, miga?
Ou, se preferir, eufemismo para "Master-mega-tricha"
Só você mesmo!!!
bjos
Eu juro q isso não aconteceu comigo, mas aconteceu com uma amiga minha.
Por conta da bizarrice não pude deixar de postar!
Tem coisas q ñ consigo conter...
Um comentário como prova de que leio o seu blog: pelo menos, ele não estava de meias, hahaha!
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