Estou beirando os 30 e sofro com estereótipos.
Podem falar o que quiserem, mas pessoas bonitas sofrem, tanto homens como mulheres, com opiniões pré-estabelecidas sobre a existência de massa encefálica operante dentro de um corpinho bacana.
A frase que mais me marcou foi: “Mas você é bonita, como pode estar na USP?”. E eu pergunto: “Desde quando as duas coisas não podem andar juntas?”.
Sempre fui uma pessoa esforçada, que gosta de estudar, curiosa e que teve a sorte de ter pais que combinaram seus genes de forma exitosa.
É lógico que tive minha fase mundrunga e desengonçada (por vezes ainda acredito que esta fase não tenha passado totalmente), mas sempre soube que a beleza amadurece como uma fruta saborosa: vai passando o tempo e ela vai enrugando.
Só sei que conhecimento nunca se esvai, e por isso, sempre me dediquei mais aos estudos do que tentar entrar ora num padrão de beleza esquelético, ora num padrão siliconada bombada, tanto que nem lembro a última vez que usei manequim 36 e nem pretendo colocar silicone nos peitos antes de ter meus filhos.
Sou uma pessoa vaidosa, claro, mas se tem uma coisa que atinge minha vaidade é julgar a possibilidade de beleza e inteligência andarem juntas. Não dá pra mensurar a quantidade pessoas lindas e inteligentes que conheço, pessoas que, como eu, se desdobram para calar as bocas preconceituosas.
Em um momento de tantas manifestações sobre orgulho disso, pró aquilo, proponho uma campanha pelo fim dos estereótipos, com o intuito de acabar com essa hipocrisia que avassala e atrapalha a vida de tantas pessoas.
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