domingo, 7 de setembro de 2008

É a vez da jaguatirica

Muitos devem se lembrar da “Desculpa do tatu”, onde um cara deu a desculpa esfarrapada de que tinha um tatu debaixo do carro dele e que, por isso, não poderia me ver. E não é que esse bendido cara não reapareceu do nada na minha vida na minha passagem por São Paulo?

Estava eu na fila do DETRAN a fim de tirar minhas dúvidas sobre a renovação da minha habilitação e sou tocada por alguém, olho pra trás e quem é? Sim, era ele! Tantos lugares para reencontrá-lo e eu o reencontro bem no lugar mais inusitado.

Depois de respondidas minhas perguntas burocráticas, vou ao encontro do rapaz que me esperava na porta do prédio, como sempre simpático e sorridente. Conversamos sobre nossas viagens e como iam nossas vidas desde quando o tatu atravessou nosso caminho.

Conversa vai, conversa vem e resolvemos sair daquele ambiente cinza e frio do DETRAN e vamos a caminho o Obelisco do Ibirapuera, temas são alterados e aconteceu uma coisa que eu nem esperava que fosse acontecer de novo: a gente se beija. Como sempre, os beijos e os abraços dados em plena na via pública de grande movimento são bons, mas não tem o mesmo sabor de antes. (Efeito tatu, será?)

Continuamos conversando abraçados, mas de repente, ele me pergunta:
- Porque você nunca mais me ligou?
- Pra quê? Pra você dizer que tem que salvar uma jaguatirica?
- Você não engoliu a história do tatu, né?, mas foi verdade!
- Sei... sei...

Minha indiferença continuou mesmo com tantos beijos e abraços. Num dado momento, ele dispara:
- Já sei! Vamos comer num japonês esse final de semana.
- Duvido! Você só fala, não faz nada!
- Sábado de tarde a gente vai à Liberdade, come uma comida gostosa e se curte um monte.
- Tá bom, vou fingir que acredito que você vai me ligar. Aposto que uma jaguatirica terá que ser salva!
- Tá duvidando de mim? Espere pra ver! Sábado de manhã eu te ligo pra dizer que horas eu passo na sua casa.
- Tudo bem, nem vou esperar.

Ainda bem que não esperei. Saí durante todo o sábado e curti minha cidade. Não comi nenhum temaki, sushi ou coisa do gênero, pois garanto que uma jaguatirica ou uma capivara precisaram ser salvas pelo distinto rapaz.

Um comentário:

Jan disse...

pior é que eu acredito no tatu... a nega sempre me diz: jan, não acredita tanto nas pessoas... rsrs

Besos