Não sou princesa. Não nasci em família rica. Nasci numa
família que trabalhou muito para me dar o que de melhor poderiam me oferecer e,
em merecida retribuição, não tiveram que se preocupar com os custos de uma
faculdade, um mestrado e uma pós-graduação, que foram “pagos” com meus esforços
intelectuais, ou com o meu dinheiro mesmo.
Não sou princesa. Não tenho fada madrinha. Todos os
vestidos que tenho, fui eu quem comprei; o carro que tive não surgiu de uma
abóbora, muito menos meu chofer é um rato, é, no máximo, um motorista de táxi.
Não sou princesa. Não tenho um dragão guardando meu
castelo. Tenho que sair de casa e, eu mesma, mata os dragões que aparecem
quando menos espero.
Não sou princesa. Já espetei meu dedo em agulhas várias
vezes e nada aconteceu.
Acredito em “felizes para sempre”, mas, como não sou
princesa, acho que não tenho mais paciência para aguardar a boa vontade do meu príncipe.