Ela tinha um objetivo: casar! E já tinha traçado todo um cronograma para concluir seu objetivo em um determinado tempo.
Só que casamento é uma coisa que não pode ser realizado sozinha. Ela já tinha um pretendente que namorava há 7 anos e, na cabeça dela, o desejo do casamento era também por ele compartilhado. Mas ela estava enganada. Passava pela cabeça dele juntar os trapos com ela um dia, mas não dentro do cronograma que ela planejara.
Depois de idas e vindas, muitas discussões e conversas, inclusive comigo, que dizia a ela: “Se quer afugentar seu bofe, continue com essa história de casamento. Homem nenhum gosta de se sentir pressionado, muito menos nessas circunstâncias”. E não deu outra: o namoro acabou.
Mas ela tinha um objetivo e um cronograma a cumprir, e precisava de um idiota para esperá-la no altar. Em menos de um ano ela o encontrou, pouco se importando se ele a fazia feliz, tinha pegada ou comia ela bem; o importante é que ele a aguardaria nas escadas e sairia de mãos dadas com ela da igreja, sem pestanejar ou fugir da lenga-lenga de noivado, chá de panela e sermão de padre.
Porém, estaria ela agora feliz com seu sonho realizado e seu cronograma cumprido?
O semblante dela me responde que não, pois há em seus olhos uma luz apagada de quem colocou o carro na frente dos bois ou, melhor, o objetivo à frente dos sentimentos, se sacrificando e se tornando uma mulher infeliz.