Era noite e voltava da academia. Estava suada e cansada quando cruzo um casal com trajes esportivos– o homem um pouco mais à frente, a mulher se arrastando e dizendo: Não aguento mais. Isso é loucura!
Mas porque a gente faz essas loucuras? Acompanhamos nossos companheiros em investidas fitness e parece que não ganhamos nada com isso, além de mega dores pelo corpo no dia seguinte.
Ia pra academia por insistência do bonitinho e não me importava muito com o dinheiro que jogava fora durante meus dias de rebeldia. Porém, mudei de ideia, tudo por causa de uma foto tirada num amigo secreto entre amigos da faculdade. Ao receber a foto, vi uma flacidez antes inexistente e percebi que deveria mudar meu foco – se antes o ato de fazer exercício era para alegrar alguém, me toquei que teria que fazer isso por mim.
Os anos estavam passando e minha juventude não perduraria por força do pensamento.
Passei a gostar mais de mim, a me sentir mais bonita, a olhar pro espelho na academia e falar comigo mesma: “Gostosa pra caramba!”, e melhor: ouvir a mesma exclamação quando o gatinho te encontra depois de uma semana de abstinência.
Depois que você se toca que o foco das suas atenções deve ser você, você começa a ver que nada é loucura quando o ator principal da sua vida é você!
Assim, você poderá desfrutar de um pôr do sol maravilhoso, correndo ao lado de uma pessoa querida e companheira, sem achar que é uma loucura estar ali.
*Quem sabe a mulher que cruzei outro dia não mude seu foco e possa usufruir dos prazeres secundários (e bem mais relevantes) de um exercício...